Moreira apresenta uma Bahia poética em “Tô Moreira da Vida”

Moreira apresenta uma Bahia poética em “Tô Moreira da Vida”

Foto de Poliana Costa | Arte de Mathius Luiz

 Em seu primeiro álbum solo, o artista transforma em samba suas vivências no Recôncavo Baiano

 O cantor e compositor Moreira canta sobre suas raízes e traz a experiência do Recôncavo Baiano em seu álbum “Tô Moreira da Vida” que estará disponível em todas as plataformas digitais no próximo dia 02/02. O disco é marcado por referências sonoras e poéticas das religiões de matriz africana e conta com os arranjos de Igor Skay, Marthius Luiz e Moisés Maia.

Moreira consolidou sua carreira de compositor em 2017 após receber o convite para compor a trilha sonora de “Mugunzá” (2022). Com o roteiro em mãos, começou a dar vida às canções que fariam parte da história de personagens vividos por Arlete Dias e Fabrício Boliveira. A ideia de criar seu próprio álbum solo nasceu em meio a esse processo completo de imersão e foi fortemente inspirada e conduzida pela relação íntima que o artista mantém com sua terra.

“Essa ideia vem povoando minha cabeça faz tempo, mas acredito que depois do show que fizemos na Mostra de Cinema Tiradentes do ano passado, isso meio que bradou uma urgência. Era um show em homenagem a Ary Rosa e Glenda Nicácio, dois talentosos diretores que também são meus amigos e parceiros de trabalho. A apresentação foi montada apenas com canções que compus para os filmes deles e ali foi possível rever toda uma história que vem sendo construída no recôncavo baiano e que se alinha no amor ao nosso lugar e no afeto que permeia nossas relações. Dito isso, é impossível que o recôncavo não seja apontado como inspiração, é ele o palco central onde as histórias deste álbum nasceram e também é ele o responsável por uma constante movimentação do reencontro.”

“Tô Moreira da Vida” usa a influência de diferentes gêneros musicais para compor seus sambas e contar a história de uma vida fincada na cidade de Cachoeira, marcada por detalhes de vivências diárias como paixões, malícia, dores, cerveja e fé. O álbum é uma iniciativa da Mugunzá Records em parceria com a  Eme é Mê Produções e composto por 11 faixas. As direções artística e musical são do próprio Moreira, enquanto a direção executiva é assinada por Ary Rosa.

“O processo de criação do álbum é assinado pela coletividade porque me possibilitou reencontrar parceiros e amigos com quem trabalhei durante todos esses anos de Recôncavo: Marthius (baterista) que me acompanhou em todos os meus projetos e ainda assina a capa do álbum; Igor Skay (guitarra) que trabalhou comigo em banda, alguns filmes e na produção musical de outros artistas; e Moisés Maia (baixo) que é o mais “recente”, mas que sempre houve um desejo mútuo de trabalharmos juntos e finalmente conseguimos. O disco tem escolhas e assinaturas de cada pessoa envolvida e foi construído durante uns três meses. Vivemos cada música nesse período, sentimos, debatemos, rimos, criticamos e aceitamos o que estava sendo desenhado como quem se olha no espelho, como quem se vê.