Pedro Pondé lança álbum solo “Simples Assim” próximo dia 12 de março

Pedro Pondé lança álbum solo “Simples Assim” próximo dia 12 de março

Pedro Pondé por André Fofano

Um álbum solar, livre de amarras e rótulos, mas que reflete bem a nova fase do cantor, compositor e ator Pedro Pondé. Gerado antes da pandemia e produzido durante ela (com todos os devidos cuidados), “Simples Assim” traz um sopro de vida ao invocar lembranças de dias melhores e, também, um convite para perceber a riqueza das coisas simples. É um disco romântico, de amor, um abraço no meio da guerra.

“É sobre estar com aquela pessoa que torna qualquer momento bom, mesmo os que não seriam. É sobre seu lugar preferido, sobre contato, libido, desejo. É sobre respeitar a vontade de um amor que decidiu ir embora, sobre querer se sentir em paz. É sobre querer ser feliz percebendo o outro, fazendo o outro feliz”, define Pondé.

Produzido por André T, em parceria com o próprio Pedro, e financiado pelos fãs a partir de uma campanha de crowdfunding, o álbum é o sétimo da carreira de mais de 20 anos do baiano, agora solo, mas que fez sucesso à frente das bandas Scambo e O Círculo.

O disco chega a todas as plataformas digitais no próximo dia 12 de março (sexta-feira), com lançamento pelo Selo Digital Ruffo. Hoje (3), os fãs que colaboraram com o financiamento participam da primeira audição do álbum. A agenda de divulgação fecha com uma live/show, prevista para abril.

Ao todo são 11 faixas autorais e em parcerias de uma leva fértil de composições recentes e plurais em ritmos e temas. “Simples Assim” bebe do reggae em sua raiz, mas transita pelo samba rock, cumbia, lambada, samba reggae, arrocha frevo e xote. “Sempre quis fazer um trabalho que representasse melhor minha identidade, e eu sou latino, brasileiro, baiano, amo ser e quero que meu trabalho reflita cada vez mais isso, essa pluralidade. Isso sem esquecer o reggae, que além de combinar perfeitamente com nossos ritmos é uma excelente conexão com o resto do mundo. Quero ir longe, mas mostrando de onde sou”, resume.

Reconhecido por trabalhar o formato canção, com aquelas músicas que todo mundo sabe cantar e gosta de cantar junto, o músico aproveitou para experimentar arranjos e timbres. “Faço música simples, fácil de tocar, gosto de falar de um jeito simples, fácil de entender, gosto de ser entendido por gente de toda idade, de todo tipo e lugar, quero me comunicar com o maior número possível de pessoas”, emenda.

É nessa ligação que o trabalho do cultuado produtor André T aparece em uma forte ligação musical e profissional. “Produzir com Andre T, um dos maiores do Brasil, foi uma parceria. A gente se comunica por código de barras em um entendimento real. Sem falar que ele é um historiador da música, sabe da parte técnica e mítica”, elogia.

PARCERIAS – “Simples Assim”, canção que batiza o álbum, é uma balada leve, despretensiosa, praiana. Mais cadenciada e pronta para um luau, “Felicidade Sim” traz as parcerias de Peu Tanajura, Lahirí Galvão e Kashi Galvão. A letra fala sobre perceber as pessoas ao redor e ver que o maior bem é estar perto de quem se ama, fazendo o dia delas melhor. “É colocar a felicidade onde a gente tem mais controle. As vezes se tenta salvar o mundo e não se olha para quem está ao lado”, reflete, Pondé.

Peu Tanajura, Lahirí Galvão ainda dividem a autoria de “Pra Se Lembrar”, um reggae dançante com o frescor de um amor novo, que brinca com a diferença da formação da maturidade feminina e masculina. Escolhida como primeiro single, “Você Vicia” é um mantra romântico, sem necessariamente falar de amor, que mostra a ideia de liberdade de uma forma ampla, livre de vícios. Da mesma forma, “Em Outro Lugar” e “De Novo” convidam para dançar.

Destaques também para o baixo em groove de DuGrave no álbum, os metais de João Teoria, Ito Bispo, Matias Traut, em seis faixas, e duas músicas dedicadas à esposa Mariana: “Pra Ser”, que conta a história do casal, e “Tudo Bem”, delicado folk no qual Pedro divide os vocais com a cantora e compositora baiana Juli e seu timbre aconchegante. Tem ainda “Em Paz”, que aborda, de forma sutil, a temática de relacionamentos que insistem em não dar certo, enquanto a composição “Chama” fala da busca pelo prazer feminino.

Além da questão estética, da cultura do reggae, “Você Vicia” traz outra alegria para o cantor na realização do sonho de gravar o baixo em uma música. “Felicidade é isso, coisas simples. O grande propósito da vida é estar vivo, quando a gente para de ver a felicidade nas pequenas coisas e gestos não consegue mais ver em lugar nenhum. A felicidade tem muito a ver com simplicidade”, garante. “Não podemos nos deixar seduzir por nada e ninguém que nos prive da nossa liberdade”, emenda.

Um dos pontos altos está no xote “Que Seja”. A colaboração luxuosa da sanfona de Gel Barbosa remete a memória afetiva de quando Pedro conheceu a avó materna no meio do sertão. “Quero que esse disco anime as pessoas, traga um pouco de alegria. Foi isso que vi na terra de minha vó, ninguém tem o poder de tirar essa nossa alegria original. Isso é massa”, celebra.

Na estrada há mais de 20 anos, Pedro Pondé coleciona sucessos, fãs e respeito da crítica – Inquietude, criatividade, intensidade, domínio de cena e palco. Com mais de 20 anos de carreira, o cantor, compositor e ator Pedro Pondé segue com sua verve ativa, forte e com a mesma pegada que o consagrou como um dos artistas mais marcantes da música baiana das últimas duas décadas.

Na bagagem, além de fãs em todo o país, uma música pop brasileira contemporânea autoral e autêntica, que bebe de claras influências da MPB, reggae e DUB, sempre cantada em português e com letras simples, diretas e sinceras. Muito de música reflete uma personalidade vigorosa em atitude e posicionamentos, que o consagrou como um dos nomes mais produtivos no cenário independente baiano.

Tanto que fez sucesso à frente das bandas Scambo, com a qual conquistou seis premiações no Troféu Caymmi 2004 (entre elas, a de Cantor Revelação), e O Círculo. Gravou seis álbuns: “Vermelho”, “Exerça”, “Flare”, “Ao Vivo” e “Animal” (com a Scambo) e “Estamos em Toda Parte” (com O Círculo). Com propriedade, sinceridade na voz e interpretações marcantes, Pondé estabeleceu uma relação referencial do público com suas composições. Nos shows, canções como “Pausa”, “A Janela”, “Depois de Ver” e “Amor de Graça” são cantadas a plenos pulmões pela plateia. Autenticidade também impressa em versões de clássicos da MPB como “Muito Romântico” e “Tigresa”, de Caetano Veloso, “Carcará”, de João do Vale e José Cândido, “Ocê i Eu”, de Gonzaguinha, e “O Tempo Não Para”, de Cazuza, que foi um dos destaques do programa “SuperStar”, da Rede Globo.

Em constante movimento, em 2017 Pedro Pondé, mesmo mantendo sua essência, parte para a carreira solo com o lançamento do EP “Licença”. A ideia é ter mais liberdade nas decisões artísticas e empresariais na sua carreira. Momento que remete à novas experimentações que misturam ousadia, equilíbrio e imponência, e mostram um lado mais sensível e romântico do compositor, que segue acompanhado por Ricardo Machado (bateria), Tatiana Trad (baixo) e Ângelo Canja Daltro (guitarra).