Mercado de eventos sociais exige demandas para combater crise

Mercado de eventos sociais exige demandas para combater crise

Portas seguem fechadas para eventos sociais (Foto: Fernando Souza)

Adiar sonhos! É basicamente o que tem feito centenas de profissionais do setor de eventos sociais de Salvador para driblar a crise da Covid-19. Casamentos, festas de debutantes e formaturas, entre outros formatos de eventos, estão, por ora, proibidos em Salvador e em todo o Estado, como medida das autoridades para evitar a proliferação do Corona Vírus.

“As nossas preocupações são muitas no momento. Uma delas é o fato de o mercado de eventos sociais ainda não ter se sentido particularmente contemplado nas medidas anunciadas desde a aplicação do isolamento social”, explica Viviam Matos, da Viva Assessoria. Em função da quarentena, ela e outros tantos empresários viram os clientes adiando e até cancelando contratos.

O setor de eventos sociais, para se ter uma ideia, movimenta bilhões de reais em todo o País. Dados de 2019, por exemplo, revelam que os brasileiros desembolsaram R$ 20 bilhões em casamentos, festas de 15 anos e formaturas. Uma verdadeira indústria, que gera milhares de empregos, fomenta o turismo e movimenta uma extensa cadeia produtiva que passa por centenas de fornecedores.

Ainda assim, as autoridades não apresentaram medidas adequadas e focadas nas especificidades deste segmento. “O que percebemos é que existe um desconhecimento do mercado. É diferente fazer um casamento e um show ou micareta, por exemplo. Estamos no Mês das Noivas e acho que é um bom momento para reforçar a relevância do nosso mercado para a Economia como um todo e buscar soluções com apoio dos nossos representantes”, reforça a assessora Indira Marrul, à frente de um grupo de cerca de 150 empresas que buscam discutir medidas para a área.

“Não foram apresentadas ainda medidas efetivas que sinalizem uma atenção devida ao nosso setor, seja para discussão de um protocolo de retorno às atividades com segurança ou até mesmo uma perspectiva de conforto para os clientes que contrataram serviços”, continua Indira, que tem buscado a empatia dos clientes para que não cancelem os contratos, apenas adiem, e que entendam o lado dos fornecedores.

“Somos praticamente todos pequenos empreendedores. Cerca de 67% dos profissionais têm CNPJ, enquanto os demais são autônomos ou MEI. As empresas não têm grandes estruturas ou fluxo de caixa. Então, nosso esforço tem sido o de manter os contratos, apesar de mais de 40 eventos já terem sido cancelados na cidade no 2º semestre”, lamenta.

“É uma grande cadeia. A crise do nosso setor reflete na hotelaria, no turismo, na atividade dos centros de convenções e eventos, no setor do transporte executivo, salões de beleza e muitos outros. Não são apenas os sonhos dos noivos, formandos e debutantes que estão em jogo”, reforça.