Duda Brack quebra paradigmas em novo álbum “Caco de Vidro”

Duda Brack quebra paradigmas em novo álbum “Caco de Vidro”

Com participações de Ney Matogrosso, BaianaSystem, Lúcio Maia (Nação Zumbi), e Cuca Ferreira (Bixiga 70), o segundo álbum de estúdio da cantora e compositora gaúcha Duda Brack através dos selos Matogrosso e Alá

“Caco de vidro” é a narrativa do estilhaço. O disco é o canto da vitória de uma artista e de uma mulher que passou por muitos processos de cura, transformação e amadurecimento de 2015 pra cá. Depois de uma crise de depressão em 2016, de cogitar desistir da carreira, de desilusões amorosas e relações abusivas, a cantora, hoje, transborda potência e autenticidade com um som impactante.

Produzido pela própria Duda  em parceria com Gabriel Ventura, as faixas do álbum passeiam por vários ritmos brasileiros e latino-americanos como pagodão, cúmbia, folk, funk e rock. O resultado é uma verdadeira avalanche musical que a cantora traz de forma POP e bastante autêntica.

“É um disco extremamente feminino e também feminista. Num contexto subjetivo, fala de muitos fins de ciclos na minha vida, e sobretudo de um processo de superação e retomada de poder pessoal. Já no contexto coletivo, traz provocações a respeito do momento sociopolítico que estamos atravessando no Brasil. Por isso se chama ‘Caco de Vidro’, no intuito de afirmar que toda ruptura é uma chance de renascer, transmutar e evoluir. Me sinto adentrando um novo ciclo, um ciclo de recomeços, onde tudo está mais solar e em que me vejo muito mais forte, mais firme e mais consciente a respeito do meu próprio caminho, apesar de todas as chagas que temos atravessado”, analisa.

E isso fica claro nas dez faixas em que Duda desfila seu talento com maestria, como cantora, como compositora e até como atriz nós já lançados clipes de “Pedalada” e “Toma essa”. Duda Brack é da arte. Isso é notório no seu som, no seu tom, nos seus trejeitos e na eloquência da construção de cada pedacinho de “Caco de vidro”.

“Enxergo este álbum como um pop experimental que bebe da fonte da MPB e da minha ancestralidade latina”, afirma. “Minha vontade é construir algo perene, que faça sentido daqui a dez anos, e não se dobre a indústria de “fast-musica”, que hoje domina o mercado, mas que, ainda assim, possa dialogar com ela também, de igual pra igual. É um disco bem louco, onde faz sentido trazer toda essa diversidade rítmica. A arte é um lugar onde tudo pode e o que não pode, deve! Meu propósito é bagunçar, sacudir, misturar. Assim a gente vai expandindo o mundo e criando novas sensações”, acredita a cantora.

Duda faz tudo soar corajoso, ousado e contemporâneo. Ela acha Anitta, Billie Eilish e Björk maravilhosas. Adora Shakira e Radiohead. Ouve Timbalada e Paco de Lucía num mesmo dia, e busca trazer toda essa mistura sonora frenética para seu som. Num momento em que o mercado parece saturado com produções cada vez mais parecidas, a gaúcha escolhe arriscar. “Quero botar o povo para dançar, chorar, rir, cantar junto, mas principalmente para refletir, porque acredito ser esta a função política do artista na sociedade”, pretende.

Ela já está acostumada a impactar. “É”, seu disco de estreia, foi um sucesso de crítica, figurou entre as principais listas de melhores do ano, levou a artista para importantes festivais pelo país, e a consagrou como uma das vozes mais marcantes da nova cena. “Meus dois discos se assemelham numa afirmação estética de autenticidade, criatividade e sonoridade. Na busca de fazer algo que soe novo e fresco”, opina. “‘Caco de Vidro’ é mais abrangente, mais pop, contudo ainda se mantém num lugar de som extremamente autêntico”, conclui.

Que bom que a arte foi mais forte do que a tristeza na vida de Duda. E “Caco de vidro” nos enche de alegria por nos fazer enxergar que temos uma cantora tão especial no panteão de vozes que irão ecoar por muito tempo na música brasileira.

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