Vila Lê apresenta a peça “Riso Sacana de Canto de Boca”

Vila Lê apresenta a peça “Riso Sacana de Canto de Boca”

A leitura dramática do texto inédito de Gildon Oliveira compõe o ciclo Vila59, que comemora o aniversário de 59 anos do Teatro Vila Velha

O Teatro Vila Velha segue em programação intensa do seu ciclo de celebração Vila59, neste mês de agosto, com o projeto “Vila Lê”, que reúne obras inéditas de experientes, talentosos e premiadas dramaturgas e dramaturgos baianos, como Mônica Santana, Gildon Oliveira, Luciana Comin e Paulo Henrique Alcântara.

Esta quarta (16/08), às 19h, com acesso gratuito, é a vez da leitura dramática de “Riso Sacana de Canto de Boca”, de Gildon Oliveira, com direção de Mirian Fonseca. No elenco, Gabriel Nafisi, Gil Santana, Heraldo de Deus, Inaê, Jenny Müller, Mariana Freire e Talis Castro.

“Esse ciclo de leituras é uma oportunidade de desengavetar textos dramáticos de gêneros diversos e celebrar junto memórias. Comemorar as possibilidades de continuidade junto com o marco que é o Teatro Vila Velha, lugar historicamente engajado e comprometido com a vanguarda. Melhor oportunidade para mostrar Riso Sacana de Canto de Boca feito de histórias fragmentadas de amor e desejos, um mosaico de personagens marginais que vão aos poucos expondo uma conjuntura humana mergulhada em fragilidades, ironias e muita “pornomelochanchada”, reflete Gildon Oliveira.

Com patrocínio da Prefeitura de Salvador, a série de leituras traz a cada semana elencos e diretores diversos, a exemplo de Chica Carelli, Hyago Matos, Márcio Meirelles – que assina a curadoria e supervisão geral – e, esta semana, Mirian Fonseca. Toda quarta, o público terá a oportunidade de conhecer textos de diferentes estilos, temas e gêneros. A série teve início no dia 09/08, com a peça “Os Dias Felizes de Celina Bonsucesso” (Paulo Henrique Alcântara) e segue até o dia 30/08.

O Teatro Vila Velha conta com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

Confira aqui a programação completa:

Dia 16/08/2023 – Horário: 19h
“Riso Sacana de Canto De Boca”
Autor: Gildon Oliveira
Direção: Mirian Fonseca
Teatro Vila Velha
Entrada gratuita

Dia 23/08/2023 – Horário: 19h
“Céu de Maracangalha”
Autora: Luciana Comin
Direção: Chica Carelli
Teatro Vila Velha
Entrada gratuita

Dia 30/08/2023 – Horário: 19h
“Uma Leitura dos Búzios”
Autora: Mônica Santana
Direção: Márcio Meirelles
Teatro Vila Velha
Entrada gratuita

Teatro Vila Velha/ História
Fazer Teatro Vila Velha é construir no plural. Fundado pelo Teatro dos Novos, primeira companhia profissional de teatro da Bahia, foi berço de importantes grupos artísticos. Nasceram aqui o Teatrinho Chique-Chique, o Vilavox e a Companhia Novos Novos, hoje com sedes próprias. Aqui surgiu o Viladança e o Vivadança Festival Internacional, que coloca o Vila e a Bahia no circuito internacional de dança. Abrigou o Teatro Livre da Bahia, A Outra, o NATA – Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas, a Cia Teatro da Queda, a Supernova Teatro e o Bando de Teatro Olodum.

O Teatro Vila Velha sempre foi um espaço de liberdade, desde a sua inauguração, em 31 de julho de 1964, exatos quatro meses após o Golpe Militar. O Vila reagiu à ditadura, acolheu artistas e estudantes perseguidos, abrigou encontros do movimento estudantil, foi sede da Anistia Internacional e, por toda essa história é reconhecido como espaço de defesa dos Direitos Humanos, pelo Tortura Nunca Mais. Também no palco do Vila foram julgadas e aprovadas as anistias políticas do cineasta Glauber Rocha e do guerrilheiro Carlos Marighella e, nesses eventos, o Estado Brasileiro pediu desculpas a suas famílias pelos atos criminosos do Estado durante o regime militar.

Em 2012 e 2013, o Vila abrigou o Movimento Desocupa, contrário aos abusos feitos pela administração municipal e, junto a ele, realizou o projeto “A Cidade que Queremos”, que discutia o futuro de Salvador. Mais tarde, apoiou o Movimento Passe Livre, que tinha o Passeio Público como quartel general.

É também histórica a luta do Vila contra o racismo, principalmente através do Bando de Teatro Olodum. A luta por respeito ao povo negro e também a luta contra a discriminação à comunidade LGBTQIA+ tem palco no Vila, como a defesa da mulher, o acesso a artistas, projetos e ações que buscam a acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência física.

Este palco, chamado por Gilberto Gil de “pia batismal dos artistas baianos”, é lembrado com carinho por quem já passou por aqui e, por isso, costuma emocionar os que pisam nele pela primeira vez.