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Unzó Maiala abre inscrições para oficinas voltadas à saúde sexual e beleza das mulheres negras

O Unzó Maiala, localizado na Travessa Padre Domingos de Brito, n° 34, no bairro do Garcia, lançará no próximo dia 09 de setembro (segunda-feira), a partir das 18h, o projeto *Matriarcalidade: O poder das Yabás e a força geradora da vida*, que visa construir espaços de informação e discussão sobre o autocuidado, a saúde reprodutiva e os ciclos do corpo da mulheres negras (cis e trans) da periferia de Salvador. O evento ocorrerá em meio ao Caruru do terreiro.

Neste dia, ocorrerão ainda oficinas de turbante e maquiagem para mulheres negras, com filhas de Santo da casa, que fazem parte da programação do primeiro ciclo do projeto dedicado a Oxum/Ndandalunda, yabá das águas doces e relacionada a fertilidade e a autoestima. Para participar dessas oficinas não será necessária inscrição.

O ciclo a Dandalunda terá uma segunda etapa, no dia *13 de setembro (sexta-feira)*, das 16h às 21h, em que ocorrerá uma oficina sobre a auto-observação do ciclo menstrual a partir das alterações que afetam o corpo feminino com as educadoras Laís Souza e Maíra Coelho, que em conjunto com a terapeuta holística Jaqueline de Almeida e a designer Luma Flôres escreveram o *Manual de Ginecologia Natural e Autônoma*, a ser distribuído na oficina.

Este dia iniciará com a percussão ritualística de Sanara Rocha – atriz, diretora de Teatro e musicista. Como instrumento de valorização e fortalecimento da autoestima, serão oferecidas duas oficinas de estética afro – de tranças e Dreads. Para o dia 13 de setembro é necessário inscrever-se através do link , ou pela pagina do Instagram do Unzó Maiala, ou no próprio dia do evento, caso não tenham sido preenchidas às 30 vagas disponíveis.

Projeto
O Matriarcalidade: O poder das Yabás e a força geradora da vida conta com o apoio financeiro do edital Ela Decide, do Fundo ELAS e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). No intuito de garantir acesso a informação sobre métodos contraceptivos, saúde sexual e reprodutiva a uma camada da população de mulheres que permanecem alheias a essas informações por motivos raciais e socioeconômicos, ocorrerão 4 ciclos de formação referenciados no arcabouço cultural do Candomblé através das representações dos Orixás/Nkisi, especialmente as Yabás: as orixás mulheres que carregam consigo a força geradora da vida.

O primeiro ciclo de formação traz o arquétipo da yabá Ndandalunda. O segundo ciclo de formação é dedicado a yabá Nzumbarana / Nanã, a mulher primitiva e muito relacionada a sabedoria, e ocorrerá em outubro. Neste ciclo será realizado uma roda de conversa sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) e os desequilíbrios no ciclo menstrual, com o objetivo de fortalecer o senso de responsabilidade sobre a saúde do próprio corpo.

Em novembro, ocorrerá o terceiro ciclo de formação referenciado a Oxumarê/ Angoro, nkisi das transições e transformações. Oxumaré é o nkisi que representa a dualidade entre as energias feminina e masculina, portanto, este ciclo de formação será especialmente dedicado à comunidade LGBTQ+, com ênfase nas mulheres transexuais e a reflexão da saúde, do autocuidado e facilitar a troca de ideias sobre as formas de opressão e as estratégias de sobrevivência deste grupo.

O último ciclo terá suas ações realizadas em dezembro e está referenciado em Katendê, o nkisi ligado ao poder das ervas. Este ciclo de formação terá suas ações realizadas em dezembro e será dedicado a troca de saberes sobre o uso tradicional de ervas com fins medicinais e terapêuticos. Para acompanhar a programação das oficinas e inscrever-se é só acessar a página no Instagram @unzomaiala.

“Ao garantir o protagonismo das mulheres, o projeto do Unzó Maiala contribuirá para o resgate das nossas tradições no sentido de promover o auto-cuidado e a afetividade entre as mulheres, além de potencializar a interlocução entre as gerações do Candomblé e o público externo”, declara Mameto Zumbaraná, coordenadora do projeto.