quinta-feira, 18 abril 2024
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Vanessa Brunt

Vanessa Brunt por Van Bitten

Vanessa Brunt é uma jovem literata nascida em Salvador, no ano de 1995, que desde cedo(nove anos de idade), já mostrava aptidão ao universo poético , transpondo em papéis suas indagações, sentimentos e reflexões. Apesar de compor, escrever contos, frases e textos diversos, foi principalmente por suas poesias, que a autora passou a chamar a atenção no campo literário, no entanto, suas crônicas conquistam ainda mais corações pela rede. Com a sua forma autêntica e eclética de escrever, encanta faixas etárias diversificadas. Brunt, que se descreve como uma apaixonada por metáforas, por detalhes e por sentir, vem lançando suas obras e perpetuando seus marcos na história da literatura.

Vanessa causa um espanto positivo por ter atingido o feito de fazer com que jovens (principalmente na internet) dêem uma maior e real atenção a textos mais extensos e a poesias, e também por ser tão jovem e apresentar reflexões imensamente profunda. Em conversa com o SiteUR, Vanessa conta sobre sua trajetória no mundo das letras, família, premiações e o processo de criação dos seus livros que tanto encantam os jovens.

Vanessa Brunt
Vanessa Brunt

SiteUR: Como a literatura entrou em sua vida?

Vanessa Brunt : Desde criança tinha o costume de desabafar sobre as minhas indagações e os mais diversos sentimentos em papéis aleatórios, mas a literatura foi, na verdade, recebida como uma consequência da minha paixão por ler outras artes, como cinema, teatro e música. Sempre questionando sobre quais as mensagens poderia abstrair de um filme ou de uma composição foi que o meu encanto pelas metáforas e pela formação de pensamentos em palavras, se formou. A partir daí, foi algo natural passar a ler mais livros e textos diversos, continuando a agregar aos meus outros tão apreciados tipos de leitura. Assim como foi ficando cada vez mais costumeiro utilizar a escrita como a minha maior fonte terapêutica.

SiteUR: Quais os primeiros livros que você lembra ter lido?

Vanessa Brunt: Aos seis anos ganhei do meu pai uma coleção de livros que tem como título “O tesouro das virtudes para crianças”. Fizemos um trato de que todos os dias antes de dormir eu iria ler um pouco e então, falaria sobre o que achei da mensagem geral retirada de tais interpretações. Foi uma fase fundamental para uma melhor consciência crítica. 

SiteUR: Quais os escritores que te inspiram?

Vanessa Brunt: As minhas grandes inspirações são os meus sentimentos, as minhas observações e as pessoas que passaram pela minha vida. Mas é claro que admiro muitos poetas, cronistas, compositores e literatos em geral, desde os mais abrangentes como Paulo Leminski e Martha Medeiros até os mais sentimentais como Taylor Swift e Tati Bernardi. Uma verdade incontestável é que tudo o que ingerimos acresce o nosso repertório e as nossas reações, ampliando de tal forma as nossas teses de vida, então, ainda que inconscientemente, tudo o que leio acaba sendo um alimento que afeta as minhas análises, e assim, também a minha escrita.

SiteUR: Qual o incentivo dado por seus pais para que você prosseguisse com seu sonho?

Vanessa Brunt: Meus pais sempre priorizaram o papel da amizade na minha criação, a conversa foi a maior base utilizada. Então, isso gerou uma facilidade deleitosa para que eu pudesse explicitar as minhas opiniões, e assim, ouvir os seus conselhos entendendo que apesar dos tais, sou livre para fazer as minhas escolhas, e portanto, para dever também administrar as renúncias e consequências geradas a partir delas. Eles sempre souberam que eu iria escolher algo no âmbito da escrita, já que foram acostumados a me ver crescendo enquanto escrevia em diários e criava peças de teatro, além de presenciarem as minhas constantes entregas de cartas com textos e poesias diversas para quem eu considerasse importante ou para quem eu achasse que poderia estar necessitado de algum conselho de superação. Logo, o incentivo para seguir o caminho que optei foi tamanho, mas veio com alguns alardes, como o fato de ter que tomar cuidado para não esquecer de que nenhum trabalho dependente de público é certeza de barriga cheia no fim do mês. Por isto, faço a minha faculdade e prossigo, em conjunto, entregue ao compartilhamento da minha arte, que faço porque faz parte de mim, porque desentala meu coração.

Graças ao apoio de ambos pude entender quem sou, por isto afirmo que com ou sem o ânimo dos outros, o importante mesmo é não se permitir frustrar pela não busca de uma aspiração. Correr atrás e quebrar a cara é melhor do que viver na eterna dúvida. Pode até parecer clichê, mas é realístico e fundamental para o autoconhecimento.

Entre Chaves
Entre Chaves

SiteUR: O seu primeiro livro Entre Chaves ficou na lista dos mais vendidos em diversas livrarias. O que acha que existe nele que impressiona os leitores? 

Vanessa Brunt: O “Entre chaves” não necessita de uma leitura linear (você pode acordar e abri-lo em uma página qualquer, fazendo então a interpretação da poesia, do texto ou da frase sorteada e incrementando aquilo na sua vida como desejar), mas acho que o fator mais rico do livro não é este. É que o maior tesouro de qualquer que seja a arte, é a verdade, o sentir: E ele está presente em tudo o que escrevo. Então, a obra abrange diversos temas sinceros, desde as minhas revoltas relacionadas a questões sociais até os meus momentos de coração partido, e as identificações possíveis através desses desabafos tão reais é o que acho que meus leitores admiram.

SiteUR: Quando escreve, faz pensando em algum público em específico?

Vanessa Brunt: Nunca penso em atingir uma faixa etária determinada, acho que isso tiraria a verdade dos meus escritos, que são baseados nas minhas vivências e emoções, e creio que é esta simplicidade e autenticidade que mais faz com que valha a pena a partilha de palavras do escritor para o leitor. Pelo que observo, a idade mais predominante dos meus leitores permanece entre os 18 e os 30 anos, mas é maravilhoso receber a leitura de qualquer indivíduo, e isso independe da sua data de nascimento. Contudo, não posso deixar de clarificar que não indico alguns dos meus pensamentos para a leitura de âmbito infantil. Não que abordem temáticas envolvendo conteúdos sexuais de peso ou fatores desta linhagem, mas podem não ser ideais para quem ainda está perpetuando a sua base crítica e argumentativa. 

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SiteUR:  Em “O que querem as mulheres ” você apresenta uma mulher que deseja um homem incomum. Um homem preocupado em detalhes que possa impressioná-la e que conheça as suas vontades. Esse é um anseio geral?

Vanessa Brunt: Independente da classe, dos traumas, dos temores, dos valores ou do que mais possa listar, o que todas as mulheres desejam é marcar um coração. O anseio geral é sentir que são únicas, que detalhes daquele relacionamento só vão existir a partir da sua presença, não conseguindo nenhuma outra tomar o posto adquirido por ela. Então, sim, é o que sinto, e o que creio que, em geral, todas as mulheres também desejam no fim das contas: Adquirir uma inigualável importância, sendo especial como mais ninguém havia sido em determinado peito. 

SiteUR:  Não é comum escritores com a sua idade. Momento em que os jovens estão preocupados com outras atividades. O que seus amigos comentam?

Vanessa Brunt:O fascínio dos meus amigos é um dos maiores estímulos para a minha carreira. Quando alguém próximo a mim diz que um escrito meu foi o que salvou o seu dia ou que foi a melhor identificação que já ocorreu em anos, é quando me deparo com um dos momentos em que mais entendo o porquê compartilho os meus temas tão pessoais. E é assim que mais ocorre: com a paixão deles pela minha paixão sendo constante nas nossas relações. Acho que não seria possível manter uma amizade caso fosse diferente, porque nenhum tipo de amor é durável quando não existe admiração e respeito. 

SiteUR: De onde vem sua inspiração? Fale um pouco sobre o processo de construção dos personagens dos seus livros e como brotam as frases e pensamentos.

Vanessa Brunt: Não consigo escrever sem sentir. Sem ter embasamento em algo que faça com que o meu pulsar fique à flor da pele. Então, a minha inspiração sempre é originada a partir de algo que vivi ou que vi alguém que amo viver (tendo eu, acompanhado a situação).
Tudo ocorre naturalmente no meu processo de escrita: quando necessito, vou lá e desabo em letras. Mas é claro que na criação de personagens e de textos requeridos é diferente, então, nesses casos, tento abstrair ao máximo o que posso das minhas lembranças e em conjunto com a nostalgia vinda, releio o meu interior e construo o que precisa ser dito.
Os meus personagens em contos ou em histórias mais longas são sempre criados como reflexo dos meus desejos, do que já visualizei no mundo ou do que gostaria que existisse. 

SiteUR: O site surge nesse momento como meio de aproximação com seu público, além de ampliar as fronteiras de visibilidade do seu trabalho. O mesmo será alimentado de qual forma?

Vanessa Brunt: É uma alegria imensa ter um novo cantinho tão próprio para ser uma porta ainda mais aberta entre mim e os meus leitores, então, quero manter esse dinamismo atualizando o site em todas as semanas. Serão dias específicos: na terça-feira teremos poesias inéditas, na quinta teremos novas crônicas (ou outros tipos de textos) e na sexta teremos a postagem de um texto e de uma poesia já existentes em algum livro ou pela rede. Fora as partes extras, que não tem dias determinados, mas que estarão incrementando a aba Galeria e também presentes em Novidades.

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SiteUR: No carnaval deste ano(2015), o camarote de Marta Goés teve como base o tema “Literatura e alegria”. Você foi homenageada como a escritora convidada de destaque. Poderia discorrer um pouco sobre como foi o recebimento deste convite?

Vanessa Brunt: O convite foi feito com muito carinho, e recebido da mesma forma. Marta é uma pessoa de carisma sem igual e foi extremamente prazeroso participar de um momento tão criativo, que em meio a um aglomerar de acontecidos, culturas e ansiedades decorrentes do carnaval, trouxe um tema de tamanho enriquecimento. O camarote estava lindíssimo, não só no quesito de decoração, mas também, e principalmente, em relação a composição dos convidados. A honra foi minha em receber a homenagem.

SiteUr: Quantos livros em média você lê por ano? Costuma ler um livro por vez ou vários em paralelo?

Vanessa Brunt: Não tenho uma noção da quantidade anual das minhas leituras, até porque depende extremamente das minhas ocupações secundárias, porém sempre tento encaixar um tempo para ler algo, quando não um livro, ao menos leio textos que me interessam na internet, assim não perco o ritmo do encontro com outros universos, que aguçam ainda mais a minha criatividade e argumentação. Quando tenho um real tempo livre, como em épocas de feriados e de alguns finais de semana, costumo optar por uma leitura mais linear, como em livros de ficção. Estes, costumo ler sem nenhum outro em paralelo, já que gosto de focar mais os meus sentimentos ali, para entrar no mundo dos personagens e poder analisar melhor o conteúdo. Já em dias de semana, costumo ler mais livros de crônicas e poesias. Estes sim, leio em conjunto. Claro que jamais faço a leitura de dois escritos ao mesmo tempo, mas vou administrando e apreciando consecutivamente, até findar todos os desejados.

SiteUr: Quais as redes sociais que você possui? Cite-as.

Vanessa Brunt: Tenho o meu (novíssimo) site oficial: vanessabrunt.com. A minha página oficial do Facebook , instagram:, twitter (que passei a utilizar recentemente): twitter.com/bruntvanessa e o meu tumblr e canal no Youtube, que estarei restaurando neste mês e podem ser acessados através do meu site oficial (o qual contém todas as minhas redes sociais em ícones que pertencem aos seus respectivos links).

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SiteUr: Quais os projetos futuros?

Vanessa: Além da continuação do site, haverá agora (em março) uma coleção de quadros lindos com frases e fragmentos dos meus escritos na loja Poésie (que faz também encomendas virtualmente), após, vou focar no fim da edição do próximo livro, de nome Depois daquilo, e realizar algumas outras novidades que ainda não posso comentar, mas que estou ansiosa para poder!

SiteUR: Poderia aproveitar para dizer quais as obras que está lendo no momento?

Vanessa Brunt: Claro! Estou lendo em dias aleatórios poemas do livro de Ferreira Gullar por Alfredo Bosi e pretendo fazer em breve a releitura da obra O crime do restaurante chinês.


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