terça-feira, 21 maio 2024
O Pente - Sampa
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Marcola Bituca

Fotos de Paião

Com produção de Yan Santana, o material marca o novo momento artístico e a estreia do cantor na produtora Ruffo

Retornar ao ponto de partida! É assim que o rapper baiano assume sua nova identidade, unindo seu nome de batismo com dialeto do Congo que significa firmamento. João Merín dá início a uma nova fase, acompanhado de um projeto audiovisual, gravado em São Paulo, que explica de uma forma lúdica, essa transição artística.

“A ideia de trazer um novo nome é de retornar ao ponto de partida, de um trabalho sem personagens, sem personalidades, um trabalho que represente a minha pessoa, o meu nome João e o Merin, que significa firmamento e continuidade, é como se eu estivesse retornando ao nome de partida, um recomeço”, explica.

Ele conta que o material audiovisual faz um paralelo entre passado e presente, tanto do artista como do contexto histórico da diáspora do povo Egípcio e como eles se movimentaram na América através da arte, propondo viver o presente. “A persona se vai, o valor continua, meu nome é João Merín e Nós nos pertencemos”, afirma.  As cenas falam sobre conexão entre elementos, símbolos, firmamento e continuidade de um artista que vem se destacando na cena do rap nacional, construindo novas narrativas com sua caneta afiada e muita atitude.

Foto de Matheus Leite

“Galo, a ciência do tambor”, lançado originalmente em 2022, vem acompanhado de um documentário dirigido por Marcelo Santana e João Mota e traz a origem do artista baiano que vai das batidas nos couros dos atabaques às rimas do menino do bairro de Itapuã, em Salvador

O rapper Marcola Bituca lança a nova edição de seu terceiro álbum, “Galo, a ciência do tambor”, no dia 30 de junho, através da Ruffo, disponível em todos os aplicativos de música. Com direção e produção musical de Marcelo Santana e Yan Santana (Aquahertz Produções), o disco explora sonoridades experimentais entre a percussão e o samba reggae. A nova edição apresenta áudio remasterizado, nova capa com foto de Matheus Leite e duas faixas inéditas, “Canções de Outra Cidade”, com participação de Everest e “Folhas” com participação de Pedro Pondé.

“Galo, a ciência do tambor” é um álbum que traça um paralelo entre o homem e  a percussão, fazendo referências ao Galo, animal visto em muitas culturas religiosas como elo de ligação entre o homem e o divino, sendo  o ponto de vista do artista de que o mundo foi criado através da vibração, através do verbo, e que a percussão é o fragmento físico da criação na matéria. É impactante, forte e resistente. Traz a assinatura marcante e carregada de informação já conhecida do rapper. Mixado no estúdio Aquahertz, o disco vem acompanhado pelo documentário de mesmo nome, já disponível na página do youtube do artista.

O álbum reúne diversos mestres da percussão baiana, personagens históricos que influenciaram na estética e na música de Salvador: Jorjão BafaféMestre Jackson – um dos fundadores do movimento Samba Reggae, Mestre Marsal, além das participações de Ras Camundongo, o cantor e compositor Xauim e o rapper carioca Thiago Elniño.

O disco começa reverenciando a ancestralidade com “Lágrimas a Olorum – Manifesto”, trazendo a realidade do povo periférico, mostrando que o baiano vem ainda mais raiz, mais pra frente. A segunda faixa “Aquarela das Flores”,  com participação de Xaium, traz uma poesia como arte de resistência, bem o estilo Marcola Bituca. Depois, “Santa Maria”, reflete a sociedade e dá sequência ao álbum.

“Pacha Mama e o Deus Sol”, quarta faixa, aumenta a importância do rap como forma de arte-educação, deixando o gostinho de espalhar o ritmo pelo mundo. A quinta música, “Do lado da Terra”, a forma de compor remete aos clássicos poetas, refletindo a superação.  

Dificil escolher o hit de “Galo, a ciência do tambor”, mas “Polindo Pedras” sexta canção, é uma forte concorrente pelo título, arranjos e balanço que apresenta.  Marcola segue inspirado e  dando voz a conscientização, em “Semop II”. Já em “Céu de Baunilja”, com participação de Thiago Elniño e “ Sol de Meia Noite”, dá espaço ao amor.

A décima faixa, “Galo”, traduz  a força e virtude. E essa vibe continua em “Folhas” com participação de Pedro Pondé, mostrando que a amolada caneta  de Marcola Bituca é a parceira ideal com a produção de Marcelo Santana.  “Canções de Outra Cidade” traz Everest com participação e reforça o sentido presente no cotidiano. “Galo, a ciência do tambor” termina com “Tambores Para Uma Nova América”, com participação do parceiro DaGanja, e a certeza que o rapper baiano tem vez, voz e representatividade, que a potência das vozes negras são ouvidas em alto e bom som.

O disco carrega uma diversidade sonora além do rap, como o samba reggae e elementos percussivos oriundos do couro do tambor. O artista, baiano, de Salvador diz que essa busca por melodias próprias é fruto da capital plural, diversa e rica culturalmente.


SA Agência Digital