quinta-feira, 18 abril 2024
Mariposa Itaigara
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Edoux

O Verão terminou mas os shows por Salvador continuam levando música de qualidade e diversa por todos os cantos da city. O Largo da Tieta no Pelourinho é um dos lugares que surgiram na pandemia e tem despontado como uma das melhores praças para realização de eventos.

Prova disso é o grande evento promovido por Valdir Andrade Produções no próximo sábado, dia 26 de março a partir das 17h com as apresentações de EDOUX, Pedro Pondé e a banda Maglore.

Os ingressos estão disponiveis no Sympla.

Foto Pedro Pondé por André Fofano

Graça às lutas e ativismo da comunidade negra, atrelado ao advento da internet com as redes sociais que democratizaram a comunicação, pautas sobre artistas pretos têm sido discutidas e visibilizadas na mídia tradicional e digital brasileira, ampliando os espaços para discussões, posicionamentos e reparação.

Nesse contexto, os cantores negros estão conquistando espaços e trabalhando com dedicação em suas carreiras, tornando-se referências e vozes ativas em meio aos obstáculos ainda existentes. Artistas como Iza, Liniker, Lazzo, Margareth Menezes e muitos outros têm mudado realidades e apresentado novas perspectivas para os jovens, por meio das histórias de vida expressadas nas letras, batidas e ritmos de suas composições.

Apesar dos desafios e lugares conquistados, para muitos ainda é difícil ganhar espaço e respeito, especialmente quando se fala em uma indústria predominantemente branca. No caso do homem gay e preto, as chances são menores, pois ainda é preciso, além do preconceito e homofobia, enfrentar também o racismo vivido desde a infância.

Edoux, cantor, compositor, homem preto e gay, é um artista que traz na sua bagagem musical, artística e de vida, toda a carga de preconceitos, racismos e processos de ressignificações, vividos desde criança.

Para o cantor, se reconhecer como homem preto é uma mistura de sentimentos, mas o principal é a resiliência, aspecto de grande influência em sua construção como ser.

“Esse misto e características do ser preto, seja na forma como eu me porto em sociedade, as bandeiras que levanto, até mesmo na criação de minha irmã, por exemplo, uma menina preta que enfrenta diariamente problemas de autoestima e insegurança sobre quem é, faz parte de quem eu sou. Tem negritude em tudo o que eu faço”, ressalta.

Nesse contexto, as canções do compositor retratam as discussões acerca da temática e trazem relatos influenciados pela sua história, como é o caso do seu mais novo single, ‘Afeminada’, lançado no último dia 13, nas principais plataformas digitais. Uma composição repleta de palavras de empoderamento inspiradas em suas vivências, vindas das dificuldades e preconceitos.

“Eu sou um compositor de músicas predominantemente românticas e a minha negritude e tudo que eu sou está ali presente tanto nas canções, quanto no visual. Por isso, se eu falo na minha música que eu amo, é um homem negro gay que está ali assumindo seu amor. Tudo que eu escrevo vem de um lugar de aceitação!”, destaca.

Sendo uma realidade para muitos jovens negros, o cantor fala sobre os desafios que enfrentou por suas características e destaca que a exclusão das oportunidades e a falta de perspectiva de um futuro eram aspectos que o assombravam desde mais novo.

“Isso somado a uma criação onde a cultura preta não era visibilizada ou pautada, muitas vezes demonizada, onde meu cabelo não era bom pra ser visto ou cultivado e gerava desconforto, ou que a família precisava ser limpa com relacionamentos interraciais”, confessa o artista.

O artista revela ainda que nesse processo, o racismo vivido por ele sempre foi visível em diversos espaços, como na escola, nos momentos de brincadeiras, nas divisões dentro da sala de aula e nas falas sobre seu cabelo e sua cor.

Para Edoux, por um longo tempo ser artista foi um sonho que considerava impossível, ou que era necessário anular-se em prol do mínimo e afirma que seu novo trabalho, como a nova canção e videoclipe, tem a proposta de apresentar o jovem disruptivo e empoderado.

“Eu não conseguia ver a possibilidade de fazer sucesso ou até mesmo iniciar uma carreira promissora na música pop no Brasil, sendo um artista preto e gay, com as referências que eu tenho”, conta.

O jovem relata que o movimento feito para identificação pessoal mexeu com a sua forma de se enxergar, e afirma que se apropriar e reconhecer as suas nuances, faz parte de todo esse processo do autoconhecimento.

“Meu cabelo é minha coroa. Minha cor é perfeita, tudo em mim é lindo! E esse processo da identificação endossa isso e me traz autoconfiança. Neste processo, minha relação com a maquiagem, por exemplo, é vinculada à luta pela pluralidade. Por isso, passei a observar a oferta de marcas que englobassem a pele preta em sua cartela de cores para produtos”, acrescenta.

Para o cantor baiano, o impacto de trazer a negritude e aspectos sobre a diversidade para a arte e o seu público é poder criar esse lugar de pertencimento e reconhecimento de discussão e troca de informação. “Antes muitos artistas me influenciaram e encorajaram a expressar minha negritude e tudo que sou. Eles criaram esse espaço através da arte deles, agora é a minha vez!”, complementa.

Aproveite para seguir no Instagram @edouxoficial.

Fotos David Campbell

O cantor baiano Edoux lança no próximo dia 13, nas principais plataformas de streaming (Spotify, Deezer, iTunes, YouTube Music e Amazon Music), o single ‘Afeminada’,uma experiência musical forte, com raízes no groove baiano e a fusão rítmica do pop, pagode e arrocha.

Repleta de força e empoderamento, o single valoriza o estilo único e original do artista, rompendo estigmas e se mostrando com uma verdade sem amarras, provocando os fãs para um desconforto planejado, instigando ao novo e envolvendo o público.

Com vocais sensuais e diretos, a música e o videoclipe ‘Afeminada’ transportam o público para o universo do cabaré e da conga, sem deixar passar a mensagem de aceitação e valorização de si próprio. “É com a música que eu emano força e orgulho de existirmos”, frisa.

Para Edoux, o novo trabalho afirma o seu entendimento e reconhecimento do eu artístico por completo. “A minha compreensão de quem sou é tudo isso que ‘Afeminada’ traz, e mais um universo de possibilidades. Esse primeiro trabalho é um processo de reconhecimento de minhas raízes e história de vida”, completa o artista.

‘Afeminada / Your homophobia is gonna cry for it’ é uma provocação artística ao comportamento social frente à identidade negra e LGBTQIA+, explorando o lúdico e a moda, passeando por referências do underground ao glamour, mesclando potência, impulso e frescor.

Sobre Edoux

Nascido na Bahia, terra da arte, do groove e da musicalidade, o cantor Edoux surge com seu estilo único, propondo uma mistura rítmica forte, ousada, identitária e envolvente.

Homem preto, gay, com raízes soteropolitanas e voz potente, o cantor e compositor traz a força da nova geração, combinada com canções marcantes e reflexivas acerca de temas sobre suas vivências, comunidade negra, diversidade e LGBTQIA+.

Com força, representatividade e poesia, Edoux busca através da sua música transmitir alegria, elegância e serenidade, traduzindo a essência do cantor de forma criativa, aflorada, colorida e vibrante. Sua carreira musical começou de maneira inesperada, quando, em uma situação, precisaram de uma voz masculina para compor a banda de formatura no 3º ano do ensino médio, em 2013.

Edoux que nunca havia se apresentado em público, estreou como artista no teatro Diplomata (em Salvador) lotado, cantando uma das artistas mais importantes da MPB, Elis Regina. Ao ver sua mãe aplaudindo junto ao público, Edoux entendeu onde era o seu lugar. Após a primeira apresentação, recebeu elogios e, assim, seguiu com a banda da formatura, formada por colegas de sala, durante três anos como cantor principal.

Um dos diferenciais de Edoux é a capacidade de transitar por diversos gêneros e vertentes musicais. Suas referências sonoras mais fortes passam pelo R&B, Soul, Pop (dos anos 80 até os dias atuais), MPB consagrada como Elis, Tim Maia, Elza Soares e Ney Matogrosso e nomes da música contemporânea brasileira, com os artistas Liniker, Pablo Vittar, Gloria Groove e Johnny Hooker. Essa mistura de referências, por sinal, é um dos pontos que não deixam encaixá-lo em uma prateleira musical específica.

Um dos momentos mais importantes na carreira de Edoux foi em 2019, quando participou do show de Phill Veras, artista maranhense, que é uma das inspirações para o cantor e compositor.

A arte musicada do cantor e compositor baiano vem de suas vivências, dos preconceitos sofridos por ser quem é, com seu black power, sua cor e sua sexualidade desde a infância e adolescência. É com sua música que Edoux emana força e orgulho de existir.

Outro ponto que torna o artista único é o seu estilo clássico, elegante e disruptivo. Com referências de alfaiataria e da moda dos anos 70 e 80, Edoux quebra paradigmas com figurinos e looks cheios de personalidade, makes e acessórios que enaltecem as suas verdades.

Ficha Técnica AFEMINADA

 

Composição e Interpretação Edoux

Produção musical, mixagem e masterizaçãoJaguar Andrade

Nome da música Afeminada

Composição – Edoux

Voz – Edoux

Coro – Edoux

Arranjo e Produção Musical – Jaguar Andrade

Guitarras, baixo, teclados, programação de bateria, programação de percussão e sax – Jaguar Andrade

Captação e Edição – Jaguar Andrade

Mixagem e Masterização Jaguar Andrade

 

Ficha Técnica do Videoclipe
Direção e Fotografia – David Campbell

Co-direção Edoux

Direção de arte – Gabriela Simionato

Edição Filipe Louzado

Produção – Rodrigo Bouzon, Gabi da Oxe e Valdir Andrade

Assistência de produção – Mina Lemos, Bruno Freitas e Jaguar Andrade

Assistência de câmera – Robson Anão

Figurino Julia Althayde

Maquiagem – Jade Alves

Elenco – Edoux e Pali (saxofonista)

Foto Victor Carvalho


SA Agência Digital