sábado, 20 abril 2024
Mariposa Itaigara
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Aila

A lenda do boto permanece viva, mas com a força feminina como protagonista no novo clipe que Aíla apresentou na última terça, dia 30 de março em seu canal do YouTube.

O filme acompanha o lançamento de “Água Doce”, primeiro single que a cantora e compositora disponibiliza do seu terceiro álbum de estúdio, com lançamento previsto para maio.

Nas cenas rodadas na Ilha das Onças, no interior do Pará, Aíla imerge nas águas da sua terra trazendo consigo ritmos vibrantes e periféricos do Norte.

O resultado é um zouk love gostoso, daqueles pra dançar de olhos fechados, com grande apelo pop e extremamente sedutor.

A faixa foi produzida por Aíla ao lado da multi-instrumentista baiana Aline Falcão e Will Love, dj e produtor de tecnobrega. A composição também é assinada por Aíla e Aline em parceria com Roberta Carvalho e Neila Kadhí.

Uma prova da conexão total entre Pará e Bahia com células do carimbó, guitarras molhadas e as mil cores e luzes do som que nasce na Amazônia.

“É uma música que fala de encanto, fascínio, mistério. Eu não conheço um ritmo mais charmoso do que o zouk. Ele é a cara do Pará, e vem dessa conexão quente e vibrante que temos com os sons da América Central, principalmente do Caribe”, diz a artista.

“Este é um single que abre caminho para o novo álbum e foi muitíssimo especial ter iniciado a imersão desse processo estando em Belém. O coração bateu forte por gravar o clipe aqui, com uma equipe de conterrâneos arrasadores. Meu novo trabalho vai flertar com os sons vibrantes, dançantes e populares, que vêm das periferias da Amazônia e que tem tudo a ver com minha origem”, adianta.

Sobre a narrativa do clipe, e a ideia da mitologia invertida, Aíla conta: “As lendas da Amazônia são uma fonte riquíssima de conhecimento, mas não podemos esquecer que pode mascarar ou justificar comportamentos sociais. Um cara que sai do rio, conquistador, galã, que engravida as mulheres e depois as abandona. Por esse motivo, este conto é tão utilizado para justificar gravidez de mãe solteira pelos interiores do Norte. Sempre me perguntei até que ponto isso não servia para mascarar violências”.

Aíla, o diretor Vitor Nunes e a artista visual Roberta Carvalho montaram um núcleo criativo e pensaram em inverter a narrativa dessa lenda, colocando como protagonista uma mulher. “E ainda mais…uma bota lésbica, que nasce nos rios da Amazônia, nas águas marrons, no ‘Pará-íso’ e transborda paixão, encanta corações, e leva esse misticismo com outro olhar”, explica Aíla.

Mais sobre a artista
Aíla, uma das principais vozes da nova cena pop, é de água doce, dos rios gigantescos e misteriosos do seu Pará, que carregam vida e ancestralidade. Seu som ecoa dessa água, desse movimento, dessa vontade de mover as coisas. Sua origem é sempre inspiração e o Pará segue sendo exaltado na sua discografia.

Seu primeiro disco, “Trelêlê” foi lançado em 2012 e lá ela já apontava todo um flerte com a música do Pará: carimbó, lambada, brega, em busca de um conceito mais contemporâneo. O segundo álbum da artista, “Em Cada Verso Um Contra-Ataque” foi guiado por uma narrativa de tom mais político, que posicionou a cantora como uma importante artista na cena LGBTQIA+ brasileira.

O clipe “Lesbigay”, hit deste álbum, foi indicado ao WME Awards, concorrendo com grandes nomes. Mas, tudo isso aconteceu sem perder aquela onda quente do Norte, com referências do brega, surf music, lambada e tanto mais. “Acho que essa vontade de nunca deixar pra trás a minha origem fala muito de mim. Nasci e cresci na Terra Firme, um bairro periférico da cidade de Belém, que pulsa arte, música eletrônica (tecnobrega), cultura popular, e um milhão de coisas incríveis e originais”, conta.

Suas turnês já circularam por muitos palcos do Brasil, como Coala Festival (SP), Sesc Pompéia (SP), Circo Voador (RJ) e Se Rasgum (PA) e após lançar os singles “Treme Terra” (2019) e “Amor e Sacanagem” (2020) – um feat. com a cantora potiguar Luísa Nascim – Aíla começa a mostrar seu novo projeto.

“Esse próximo álbum quer falar desses cruzamentos da música pop com a música que vem da periferia, que na verdade, pode ser a mesma coisa. Afinal, quem dita a música pop no Brasil e no mundo é o som que vem das bordas. Minha vontade é expandir, criar novas conexões, novas narrativas. Todo álbum é uma nova viagem, um novo assunto”, revela.
FICHA TÉCNICA

MÚSICA
Autoras: Aíla, Aline Falcão, Neila Kadhí, Roberta Carvalho Produção Musical: Aíla ft. Aline Falcão e Will Love

Teclados e sintetizadores: Aline Falcão
Beat: Will Love
Guitarras: Baka
Baixo e Synthbass: João Deogracias
Vocais: Aíla
Arranjo Vocal: Aíla, Aline Falcão, Bruna Caram
Direção Musical: Aíla e Aline Falcão
Mixagem: Pedro Garcia
Masterização: Felipe Tichauer

CLIPE
DIREÇÃO
Direção: Aíla, Roberta Carvalho, Vitor Nunes e Matheus Almeida

Direção criativa: Vitor Nunes
Roteiro e núcleo criativo: Aíla, Roberta Carvalho e Vitor Nunes
ELENCO
Aíla
Atriz convidada: Mityzi Passos

FOTOGRAFIA
Direção de fotografia: Matheus Almeida Assistente de fotografia: Igor Teixeira Iluminador: Eduardo José
PRODUÇÃO
Coordenação Geral: 11:11 Arte Produção Executiva: Nanda Piovaneli Produção Local: Sonia Ferro
Ass. Produção: Aldelina Oliveira
ARTE, FIGURINO E STYLING
Direção de Arte, figurino e styling: Vitor Nunes Ass. de Arte e figurino 1: Guilherme Takshy Ass. de Arte e figurino 2: Maury Miglioli
PÓS-PRODUÇÃO

Montagem e color grading: Adrianna Oliveira
Efeitos e finalização: Lucas Gouvêa e Matheus Almeida Sonoplastia: Will Love

REALIZAÇÃO
O projeto tem realização pela UFPA/Escola de música (EMUFPA) com recursos oriundos de Emenda Parlamentar do deputado federal Edmilson Rodrigues.


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