Shopping da Bahia é o primeiro shopping classificado como aterro zero no...

Shopping da Bahia é o primeiro shopping classificado como aterro zero no Nordeste

Na semana que o mundo discute mudanças climáticas na COP 27, o shopping comemora nova marca tendo todo o lixo produzido destinado para reciclagem ou coprocessamento para geração de energia

Enquanto no Egito, a 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27, maior e mais importante evento sobre o tema das mudanças climáticas, acontece até o dia 18 de novembro; no Brasil, o Shopping da Bahia (SDB) é reconhecido como primeiro shopping “aterro zero” do Nordeste.

Primeiro shopping a ser construído nas regiões Norte e Nordeste, o SDB continua mantendo seu pioneirismo, dessa vez com inovação nas medidas sustentáveis. Desde o mês de agosto, além da destinação correta de recicláveis que já era praticada pelo shopping, todos os demais resíduos, antes enviados à aterros sanitários, foram coprocessados para a produção de novos materiais, a exemplo do cimento usado em construções.

Com a iniciativa, somente no mês de outubro, mais de 75 toneladas de lixo trocaram o destino tradicional dos aterros sanitários e foram reaproveitados como combustíveis alternativos e fontes de energia, em uma técnica conhecida como blendagem para coprocessamento. Além disso, o shopping destinou para reciclagem mais 33.118 kg de materiais, divididos em papel/papelão (29.085 Kg), plástico (1.659 Kg), metais (5.133 Kg) e óleo culinário (1.511 Kg).

A ação é fruto de parceria estratégica com a Ambipar, empresa de soluções ambientais integradas e sob medida, com foco na sustentabilidade, minimização de impactos ambientais e otimização de recursos. A empresa se apoia na política de aterro zero, seguindo os princípios da Economia Circular previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

“Esse tipo de ação busca reforçar a sustentabilidade como um pilar da gestão do Shopping da Bahia”, explica Wilton Oliveira, superintendente do shopping. “Os consumidores modernos cobram mudanças que impactem positivamente o meio ambiente e nós estamos comprometidos em deixar um legado para as futuras gerações, articulando e incentivando ações que façam que cada vez mais pessoas se engajem no mesmo objetivo”, completa. 

O problema do lixo nas cidades
Segundo a WWF (Fundo Mundial Para a Natureza), o Brasil é o 4º país do mundo que mais produz lixo. Em Salvador, no primeiro semestre de 2020, a produção de lixo aumentou em mais de 7 mil toneladas segundo dados da Limpurb. Nesse cenário, o reaproveitamento de resíduos, por meio da adoção de processos de economia circular, é uma solução urgente, além de ambientalmente responsável.

Ao reaproveitar materiais que seriam descartados, é possível reintroduzir o resíduo na cadeia produtiva, em vez de destiná-lo à um aterro sanitário, por exemplo, reduzindo as possibilidades dele ser descartado no meio ambiente. Isto contribui, também, para diminuir o uso de matéria virgem, traz oportunidade de geração de receita com a comercialização de novos produtos e ainda reduz os custos de transporte e destinação do lixo.

Descarte correto pode ser rentável
Em outubro, outra ação sustentável teve início no Shopping da Bahia, que disponibilizou para todos os clientes a Retorna Machine, que recolhe embalagens pós-consumo de plástico, vidro, alumínio, aço e longa vida, permitindo que as pessoas se engajem e criem o hábito da reciclagem. Por meio do código de barras, a Retorna Machine faz a leitura do material depositado e, em seguida, calcula a pontuação de cada um deles. Esses pontos são chamados de ‘tricoins’ e se tornam disponíveis para quem criar uma conta no site ou aplicativo Triciclo. O descarte das embalagens gera créditos e benefícios como recarga de celular, crédito em livraria, descontos na fatura de energia e muitos mais.

Felipe Lagrotta Nassar Cury, CEO da Ambipar Triciclo, considera que iniciativas como essa geram comprometimento da população em relação a preservação do meio ambiente. “Queremos que as pessoas se conscientizem e criem o hábito da reciclagem. Com nossa tecnologia conseguimos aproximá-las do comportamento ambientalmente correto, além de abrir ainda mais espaço para que empresas e demais instituições possam evoluir em suas práticas ESG” – afirma o executivo.