
O escritor baiano Rodrigo Dias Souza, autor do livro “O sabor das coisas que ficam”, acaba de ver sua obra escolhida como projeto de tradução pela Universidade de Santiago do Chile.
O convite chegou em forma de carta acolhimento assinada pela professora Francisca Eugênia dos Santos, coordenadora da área de Português da instituição.
Na mensagem, a docente comunica que o livro será traduzido ao espanhol no âmbito da disciplina de Tradução Especializada em Ciências Sociais, com o envolvimento direto de nove estudantes, orientados também pela professora Jennifer Castro e pela monitora Josefa Aros.
“Este será o segundo projeto de tradução que realizamos sobre o escritor baiano Rodrigo Dias”, afirma a professora, recordando que a primeira experiência se deu com Cartas para Irene.
A nova empreitada, que contempla as 164 páginas da obra, terá caráter formativo e acadêmico, funcionando como avaliação final para os estudantes e resultando em uma versão integral prevista para dezembro de 2025.
Mais que exercício técnico, trata-se de um gesto de hospitalidade cultural. Jovens tradutores e tradutoras em formação se debruçarão sobre cada linha, buscando preservar a musicalidade do texto, a densidade poética e o sabor de permanência que o título evoca.
O cronograma já tem data marcada: em 23 de setembro, às 17h (horário do Chile), acontecerá a primeira reunião online entre autor, equipe e alunos, quando o livro ganhará voz em outro idioma.
O projeto reúne nomes como Sayen Pérez, Nicole Souquet, Raul Guerrero, Catalina Salas, Katherine Mena, Victoria Conejeros, Melany Urra, Paz Burgos e Carla Palacios, sob a coordenação técnica de Josefa Aros.
Ao final da correspondência, um detalhe parece costurar as margens desse encontro de mundos: uma citação de Machado de Assis — “Mas o tempo, o tempo caleja a sensibilidade”. Como se dissesse que a literatura, quando atravessa oceanos, não apenas resiste ao tempo, mas encontra nele novas formas de eternidade.
