Resistência e perseverança inspiram mostra Mulheres de Pedra by Alexandre Augusto

Resistência e perseverança inspiram mostra Mulheres de Pedra by Alexandre Augusto

No dia 25 de maio, o público vai conferir a primeira mostra do fotógrafo Baiano Alexandre Augusto no Teatro Gregório de Mattos em Salvador.

A exposição Mulheres de Pedra revela os olhos, o rosto, a força e a delicadeza de um conjunto de mulheres da Chapada Diamantina, registros feitos em viagens aos municípios de Itatim e Itaetê, a cerca de 300 km de Salvador.

É comum ver famílias inteiras trabalhando em pedreiras. E lá estão elas, de todas as idades, firmes como a pedra, ao lado dos homens.

São 21 fotos em cor de personagens de fibra, como Dona Umbelina, que herdou o ofício dos pais e deu um depoimento no mínimo surpreendente quando questionada sobre sua história: ‘Moço, meu pai foi cortador de pedras e eu faço isso desde menina. Agradeço a Deus todos os dias pela pedra. Foi com a pedra que criei meus filhos. É com a pedra que hoje eles criam meus netos”.

Alexandre Augusto

“As mulheres da Chapada trabalham de sol a sol para botar comida na mesa. Mesa que de noite elas vão arrumar para os maridos e filhos. É isso que quero mostrar com as minhas fotos. Foi isso que os meus olhos viram. A dignidade dessas mães, esposas e filhas”, contou Augusto que é também publicitári, escritor e jornalista.

CONTADOR DE HISTÓRIAS – Em seu primeiro projeto como fotógrafo profissional, Alexandre se lançou com a bagagem de quem escreveu a biografia do sambista Moreira da Silva (O Último dos Malandros, Editora Record, 1996) e produziu uma série de reportagens durante os cinco anos que viveu em Angola. O interesse pelas lentes se aprofundou quando morou em Londres, onde comprou equipamentos e freqüentou vários cursos. Admirador de Pierre Verger e Sebastião Salgado, prefere não rotular seu estilo, e diz que o mais importante é saber contar histórias.


Em Mulheres de Pedra, os visitantes serão convidados a se transportar para uma Bahia profunda. Chuva não cai, e as cores no cinza quem dá são as mulheres com camisas enroladas no rosto, esmaltes nos pés descobertos e combinações de roupas pouco comuns. As crianças e os homens compõem a cena porque fazem parte da família. Assim como a casa, com seus quartos, mosquiteiros e altares revestidos de imagens de santos e Yemanjá. Para a jornalista, escritora e atual curadora da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), Joselia Aguiar, que assina o texto de apresentação da mostra, a exposição de Alexandre Augusto “dá a ver uma história de corajosa resistência”, em que “inexiste tempo ou espaço para hierarquia de gêneros, nem a velhice aplaca a força, e se há uma força a se destacar, será a feminina, no acúmulo de tantos papéis”.

Tati Cavalin

O projeto expográfico da mostra leva assinatura de Tati Cavalin, diretora de arte que circula e trabalha entre Europa e America Latina, captando a energia desses lugares, trazendo seu savoir faire para seus trabalhos. Ex Diretora de moda da revista francesa de luxo L’Officiel Brasil. Tati Ainda trouxe para equipe a carioca Fernanda Slama na coordenação de produção.

Mulheres de Pedra tem entrada gratuita e fica em cartaz até o dia 30 de julho.
SERVIÇO:
O QUÊ: Exposição Mulheres de Pedra, de Alexandre Augusto
ONDE: Teatro Gregório de Mattos (Praça Castro Alves – Centro)
QUANDO: Abertura dia 24/5, às 19h, para convidados. Visitação de terça a domingo, das 14 às 19 horas. Até 30/7

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