Gabriel Paixão, de 18 anos, iniciou a campanha para comprar seu primeiro...

Gabriel Paixão, de 18 anos, iniciou a campanha para comprar seu primeiro violino, estimado em R$ 20 mil reais

Em tempos de calamidade social, a história de um jovem sonhador do Complexo do Alemão, Gabriel de Jesus da Paixão, 18, tem comovido os brasileiros para uma vaquinha solidária na internet.

Músico universitário, nascido e criado na favela de “Casinhas”, Gabriel almeja ser uma das maiores referências em violino no mundo e dar aulas nas favelas do Rio de Janeiro. Para isso, o carioca está contando com o apoio dos internautas para comprar seu primeiro instrumento através da plataforma “Vakinha”.

A história de Gabriel com o violino começou ainda quando criança, aos 10 anos de idade, através do projeto “Ação Social pela Música” em um núcleo do Complexo do Alemão.

Apaixonado pela música clássica desde pequeno, o jovem conta que o desejo de ser violinista profissional norteou todas as suas escolhas, resultando após 8 anos, na escolha em 1º lugar do curso bacharel em violino pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

“Brincava bastante na rua junto do meu irmão e mais um amigo, quando um dia este amigo disse ‘vou poder brincar hoje não, vou para o curso de música’. Meu irmão ficou curioso para saber que ‘curso de música’ era esse e foi conhecer. Com uma semana de estudo, ele levou uma viola de arco que a ONG havia emprestado e eu fiquei curioso, vendo e ouvindo. Em um dia de aula pedi para meu irmão me levar até lá, lembro que fomos correndo! Cheguei lá e vi a professora Soraya Vieira tocando violino e fiquei apaixonado pelo som, quis tocar igual”, narra o músico.

Mesmo sendo “spalla” (primeiro violino) de alguns grupos, Gabriel relata que ainda não possui um violino profissional próprio devido a sua condição financeira, dificultando-o de continuar os estudos, trabalhar, participar de concursos e prestar provas para universidades fora do país. Obtendo apoio dos moradores do Complexo e de outras regiões do Rio e do Brasil, o violinista decidiu criar a “Vakinha” virtual para a compra do instrumento, engajando toda uma comunidade.

“No Complexo sempre me deram apoio! Se tivessem dinheiro seriam os primeiros a contribuírem ou até comprar o instrumento para mim” — brinca o jovem, que em seguida complementa — “Já na internet conheci muita gente especial disposta a ajudar na construção desse sonho, nem que seja com compartilhamento nos stories e mensagens. O pessoal sempre tem um olhar de admiração pelo meu trabalho, uma palavra de apoio inspiradora e um abraço. Então, decidi abrir uma ‘Vakinha’ para que as pessoas que apoiam o meu trabalho e acreditam no poder da arte e no meu sonho, possam fazer parte dessa construção”, explica.

Talento descoberto em uma das comunidades do Rio, o carioca relata que qualquer tipo de profissão imaginável tem o poder de mudar realidade da população periférica, caso fossem amparados ou tivessem acesso às formações educacionais. De onde veio, Gabriel afirma que existem diversos cantores e cantoras, percussionistas, dançarinos, malabaristas e outros muitos intelectuais, entretanto, obstáculos como tempo, saúde mental e falta de oportunidade impedem que os holofotes sejam virados para os artistas das favelas.

Pretendendo ainda esse ano participar de concursos de música e dar continuidade a mais projetos em 2021, o carioca expressa o desejo de participar de festivais e do “MasterClass” de música pelo Brasil, além de fazer novas especializações em ares internacionais.

Para entrar em contato com Gabriel, acesse o perfil do Instagram @g.bpaixao, envie um e-mail para paixaogabrielreal@gmail.com ou doe através do LINK.