Entrevista: “Acho que a Bahia nunca produziu algo com tanta dignidade”, diz...

Entrevista: “Acho que a Bahia nunca produziu algo com tanta dignidade”, diz Mariene sobre Pérolas Mistas

Foto: Divulgação

Depois da maratona de shows que começou com Pérolas Mistas, ao lado de Carlinhos Brown, Ellen Oléria e Lazzo Matumbi, no Museu Du Ritmo, até chegar ao carnaval baiano com destaque no bloco Os Mascarados e uma honrosa homenagem a Edith do Prato no show que realizou na abertura da folia no Pelourinho, a sambista Mariene de Castro, volta para o Rio de Janeiro, onde vai se dedicar as apresentações do seu novo trabalho, Colheita. O show que já tem data marcada em São Paulo, dia 03 de março no Teatro NET, terá apresentações, também, em Niterói e Rio. Mas a intérprete pretende retornar à Salvador com o show Colheita ainda nesse primeiro semestre e depois, no segundo semestre do ano para a gravação de um DVD inédito que está na fase de seleção do repertório. Batemos um papo com Mariene que contou as novidades da carreira.

Anfitriã do Pérolas Mistas no Museu du Ritmo Foto: Divulgação
Anfitriã do Pérolas Mistas no Museu du Ritmo Foto: Divulgação

SiteUR: Como foi a emoção de ser anfitriã de um projeto tão rico e inédito como o Pérolas Mistas?Mariene de Castro: O Pérolas Mistas chegou às minhas mãos foi como um presente. Foi um projeto pensado na família soteropolitana. Brown conseguiu reunir um cenário lindo, um figurino lindo de Soudan (Ismael), uma orquestra maravilhosa, vozes que são pérolas.

SiteUR: Como foi cantar pela primeira vez em um quarteto que tinha Brown, Lazzo e Ellen Oléria?Mariene de Castro: Fiquei impressionada com a beleza de Lázaro cantando, de Ellen, com as composições lindas que Carlinhos escolheu para o repertório. Foi um projeto muito feliz que o Brasil merece conhecer. Acho que o público foi ali e foi surpreendido. Acho que a Bahia nunca produziu algo com tanta dignidade, qualidade, elegância, unindo o que é popular, afro e erudito. E de uma maneira muito bem feita, muito bem dirigida por Elísio (Lopes).

Com  o ator Luis Miranda em Os Mascarados Foto: Divulgação
Com o ator Luis Miranda em Os Mascarados Foto: Divulgação

SiteUR: É você quem escolhe o repertório dos seus shows. Você participou da escolha das canções do Pérolas Mistas?

Mariene de Castro: O repertório já chegou pronto para mim. Inicialmente eu fiquei super curiosa, mas fiquei felicíssima com o que vi. “Você merece samba”, é um samba lindo que eu não conhecia, “É D’oxum” é uma música que eu já cantava, “Na Beira do Mar” foi uma música linda que eu tive a alegria de dividir com Ellen. Enfim, foi um repertório muito bem pensado e conta a história dos blocos afros e vai homenageando cada orixá. A idéia foi fantástica, coisa de Carlinhos.

SiteUR: E como foi cantar com uma orquestra?

Mariene de Castro: Eu já fiz alguns projetos com orquestra, já cantei inclusive “É D’oxum” em outra situação. Eu já tive oportunidade de trabalhar em outros momentos com o maestro Ângelo Rafael, que eu admiro muito, que tem nosso sotaque e nosso suingue e que é clássico.

Mariene com  o Cortejo Afro na Avenida Foto: Divulgação
Mariene com o Cortejo Afro na Avenida Foto: Divulgação

SiteUR: Então a Ellen era a única artista com a qual você nunca havia dividido o microfone?

Mariene de Castro: Foi a única que eu não havia tido oportunidade de cantar junto. Fiquei encantada com ela. É uma menina muito doce e que canta lindo. Ela interpretou “Zumbi” de uma maneira que eu nunca vi na minha vida. Os quatro tinham uma harmonia e uma sintonia muito grande. Aquele momento final foi uma sugestão minha, em “A Sintonia da paz“, de Altair Veloso. Carlinhos falou que a música chegou como uma benção, pois ela faz o laço final do espetáculo. Foi uma música que veio selar com chave de ouro o Pérolas Mistas.

SiteUR: Passado o carnaval, você volta para o Rio de Janeiro?

Mariene: Volto para o Rio, onde já tenho shows marcados tanto lá quanto em São Paulo. A gente continuar viajando com Colheita. E segundo semestre a gente vem para Salvador para a gravação de um DVD inédito.

Com Margareth Menezes, no Pelo, umas das vozes convidadas para a homenagem a Edith do Prato. Foto: Divulgação
Com Margareth Menezes, no Pelo, umas das vozes convidadas para a homenagem a Edith do Prato. Foto: Divulgação

SiteUR: E como está sendo a escolha do repertório desse novo trabalho? Já tem título?

Mariene: Ainda não tem título. Estamos na fase da gestação, da escolha do repertório.

SiteUR: Como você vê o samba na Bahia atualmente e os novos nomes que surgiram atualmente?

Mariene: Eu fico feliz porque o surgimento de novos artistas é bom para o samba, é bom para a Bahia, para o povo, que tem esse presente da continuidade do samba. O samba, como a música diz, ele não vai morrer. Eu fico muito feliz com a movimentação em Salvador, vejo surgir cantoras, vejo grupos… Fico feliz que o jovem esteja interessado no samba.

 

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