Empena assinada por artista indígena Yacunã Tuxá é entregue à capital baiana

Um presente para Salvador, contribuindo para o acesso democrático à Arte e a revitalização do centro da cidade

Foi finalizado com sucesso a maior arte vertical realizada na capital baiana, trabalho da artista indígena Yacunã Tuxá pela 4ª edição do Projeto Mural – Movimento Urbano de Arte Livre. Originária do Povo Tuxá da Aldeia Mãe, no norte da Bahia, a artista concluiu a pintura da maior arte vertical já realizada em Salvador, com 52 metros de altura, marcando de forma imponente a paisagem da capital e reforçando a presença dos povos originários no espaço urbano. O mural retrata a importância das mulheres indígenas na manutenção do bem viver dos seus povos. Localizada entre a Av. Sete de Setembro e o Orixás Center, a obra carrega forte simbolismo ancestral e representa a resistência e a beleza das culturas indígenas em diálogo com a cidade. A entrega do mural celebra não apenas a grandiosidade da pintura, mas também a representatividade de uma mulher indígena ocupando com arte um dos espaços mais altos de Salvador. Com curadoria da jornalista, produtora cultural e idealizadora do projeto Vanessa Vieira, o megamural integra o conjunto de galerias a céu aberto promovidas pelo Projeto Mural, realizado pela Trevo produções, com apoio da Fundação Gregório de Mattos – FGM, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – SECULT, Secretaria Municipal da Fazenda – SEFAZ, Prefeitura de Salvador, na modalidade doação através do Programa Viva Cultura. “Cada traço dessa pintura carrega a força da minha ancestralidade. Ocupamos esse espaço com arte, com luta e com memória. É um grito visual que diz: estamos aqui, seguimos vivos, seguimos criando. Ver esse mural finalizado é ver a cidade reconhecendo o valor da nossa cultura”, declarou Yacunã Tuxá. “Realizar um projeto de arte pública com a maior empena artística de Salvador no coração da cidade, próximo à icônica Avenida Sete de Setembro, é um marco histórico e cultural. Mais do que uma intervenção urbana, esse projeto reforça nosso compromisso com a democratização do acesso à arte, tornando-a parte da vida cotidiana da população, sendo também um símbolo de representatividade e valorização das populações originárias nos grandes centros urbanos. Essa obra não será apenas um marco visual, mas um chamado ao diálogo entre passado, presente e futuro, reafirmando Salvador como uma cidade plural”, ressalta a curadora Vanessa Vieira.