Educação na era da hiper conexão: como a escola pode apoiar adolescentes cada vez mais conectados, dispersos e expostos a influências digitais?

Vivemos em um cenário inédito na história da educação. Nunca os jovens estiveram tão conectados, tão expostos a múltiplas referências — e, ao mesmo tempo, tão impactados por estímulos constantes, que desafiam sua atenção, seu interesse e até sua saúde emocional. Segundo o guia “Crianças, Adolescentes e Telas”, lançado pelo Governo Federal em março de 2025, o uso excessivo de dispositivos digitais pode acarretar riscos à saúde física e mental de crianças e adolescentes, incluindo sintomas de ansiedade, depressão e dificuldades de sono. Esse alerta se soma aos dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil, que apontam que 93% dos adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos acessam a internet diariamente, sendo a maior parte por meio do celular — uma rotina que favorece a exposição contínua a conteúdos de todo tipo, nem sempre apropriados para a faixa etária.

Nesse panorama, a escola tem um papel essencial: mais do que ensinar conteúdos, ela se torna um espaço de formação humana, de escuta ativa e de estímulo ao pensamento crítico. A pergunta que se impõe é: como apoiar esses adolescentes a desenvolverem foco, interesse e autoconhecimento em um mundo onde tudo é imediato e digital?

O Colégio Cândido Portinari vem atuando de forma ativa para lidar com esse desafio, com ações voltadas à escuta do aluno, ao fortalecimento do vínculo entre famílias e equipe pedagógica, ao uso responsável da tecnologia (inclusive trazendo a tecnologia como aliada ao ensino) e à formação de competências socioemocionais que ajudem os jovens a lidarem com o excesso de estímulos. O Diretor da instituição, Professor Aleci Silva, reforça que o diálogo com as famílias é um passo fundamental para a questão. Além disso, segundo o especialista, a escola precisa ser mais do que um ambiente de “transmissão de conteúdo” e precisa ser um ambiente de acolhimento, que fortaleça o sentimento de pertencimento e comunidade, para que o jovem se permita dividir sensações. “Esses são alguns dos caminhos que temos percorrido para a construção de uma educação mais conectada com os desafios do nosso tempo”, pondera.

Foto: Acervo do Colégio Cândido Portinari