
A pele negra é conhecida por sua beleza, resistência e características únicas. Rica em melanina, ela tem uma proteção natural contra os efeitos do sol e costuma envelhecer mais lentamente. No entanto, essa mesma melanina também exige cuidados específicos que, muitas vezes, são ignorados ou cercados de mitos.
De acordo com o dermatologista Luís Prazim, especializado em peles negras, hábitos comuns podem comprometer tanto a saúde quanto a aparência da pele. “Recebo diariamente em consultório pacientes que repetem os mesmos erros, acreditando que estão cuidando bem da pele”, relata o médico.
A seguir, ele elenca cinco desses equívocos — e orienta como substituí-los por atitudes mais eficazes no dia a dia.
1. A falsa ideia de que pele negra não precisa de protetor solar
Esse ainda é o mito mais disseminado. Embora a melanina ofereça uma camada de proteção contra os raios solares, ela não é suficiente para barrar os danos causados pela radiação ultravioleta (UV).
“Os raios UV continuam atuando e podem provocar manchas, envelhecimento precoce e até câncer de pele”, alerta o dermatologista.
O que fazer:
Usar protetor solar com FPS 30 ou mais, todos os dias — inclusive em ambientes fechados ou em dias nublados. Dê preferência a fórmulas com toque seco e que não deixem resíduos esbranquiçados na pele.
2. Espremer espinhas: um gesto aparentemente inofensivo, mas arriscado
Na pele negra, qualquer inflamação tem maior chance de se transformar em manchas. E isso vale, especialmente, para as espinhas.
“Espremer uma acne pode causar uma hiperpigmentação que leva meses para desaparecer”, explica o médico.
O que fazer:
Evite manipular as lesões. Aposte em produtos específicos para acne e, em casos persistentes, procure orientação dermatológica.
3. Acreditar que qualquer hidratante serve para a pele negra
Apesar de, em algumas áreas, parecer mais oleosa, a pele negra tem tendência ao ressecamento, principalmente nos joelhos, cotovelos e pés. Usar o hidratante errado pode agravar esse quadro.
O que fazer:
Escolha fórmulas com ureia, glicerina ou ácido hialurônico e aplique logo após o banho, com a pele ainda úmida — isso aumenta a absorção e mantém o viço natural da pele.
4. Subestimar o impacto dos sabonetes agressivos
Produtos com alto teor de detergentes ou álcool danificam a barreira de proteção natural da pele, deixando-a mais sensível e suscetível a inflamações.
O que fazer:
Dê preferência a sabonetes suaves, com pH fisiológico. Quanto à esfoliação, moderação é a palavra: uma ou duas vezes por semana são suficientes. O excesso pode causar microlesões.
5. Esperar que as manchas sumam sozinhas
Manchas são uma das queixas mais comuns entre pessoas com pele negra. E não, elas não desaparecem naturalmente — especialmente se os hábitos prejudiciais forem mantidos.
O que fazer:
Utilize produtos com ativos clareadores indicados por um dermatologista e evite receitas caseiras ou soluções da internet. Clarear a pele exige disciplina, paciência e acompanhamento profissional.
A importância de respeitar a individualidade da pele negra
“O segredo está na constância e no cuidado respeitoso com as particularidades da pele”, resume Dr. Luís Prazim. Com atenção aos detalhes e orientação adequada, é possível prevenir problemas, tratar incômodos e valorizar ainda mais a beleza potente da pele negra.
Dr. Luís Prazim
Dermatologista – CRM 202559
Instagram: @luisprazim
Consultas e agendamentos: (11) 91245-1091