Cia de Teatro da Ufba em nova temporada de Pele Negra, Máscaras...

Cia de Teatro da Ufba em nova temporada de Pele Negra, Máscaras Brancas

SERVIÇO:

O QUE: Pele Negra, Máscaras Brancas

QUANDO: 26 de setembro a 13 de outubro – quinta a sábado, às 19h, domingo, 18h

ONDE: Teatro Goethe Institut, Corredor da Vitoria

QUANTO: R$ 30[Inteira] / R$ 15[Meia]

ONDE COMPRAR: Sympla

Com produção da DA GENTE Produções, Pele Negra, Máscaras Brancas é baseado em tese homônima de Frantz Fanon e tem referências de “Os Condenados da Terra”, outra obra do autor. O primeiro livro apresenta a ferida da subjetividade negra; o segundo traz uma proposta de ação sobre essa subjetividade falhada ou estragada do negro pela colonialidade.

Valendo-se de quase todas teorias Fanon, Aldri Anunciação ainda traz personagens analisadas e criadas pelo próprio psiquiatra e filósofo. A montagem perpassar três períodos – 1950, 2019 e 2888 -, presente, passado e futuro para falar sobre como o processo de colonização construiu sofrimentos psicológicos em corpos negros.

O espetáculo Pele Negra, Máscaras Brancas traz o próprio Frantz Fanon como personagem no ano de 2019 defendendo novamente sua tese de doutorado, rejeitada pela banca examinadora no ano de 1950. Dois artistas interpretam esta personagem, Victor Edvani – ator preto e cisgênero – e Matheuzza Xavier – atriz, transgênera e preta.

Em meio a defesa, Fanon apresenta seis personagens-tese que vivem em 2888. Nesse tempo-espaço, essas personagens desenvolvem as perspectivas ocidentalizadas de futuro para o negro. Integrantes de uma mesma família, essas personagens acabam enclausuradas em uma casa devido a Taiwo, filha do casal infectada pela “náusea do desejo de saber-ser” que ultrapassou os limites impostos pelo “Regime Único Mundial”.

Assim como Taiwo outras personagens da sua família já tinham sido infectadas em outros momentos pela “náusea do desejo de saber-ser” e invadiram a velha biblioteca que possui informações a respeito do processo africano pré-colonial. Manter esses livros/informações distante do povo negro, que foi colonizado e vem tendo sua memória escondida e apagada, é uma forma de controle sob os seus corpos.

Com codireção de Licko Turle, professor visitante da UNIRIO, a encenação traz um elenco totalmente negro formado por dez atuantes: Iago Gonçalves, Igor Nascimento, Juliette Nascimento, Manu Moraes, Matheus Cardoso, Matheuzza Xavier, Rafaella Tuxá, Thallia Figueiredo, Victor Edvani e Wellington Lima. A coreógrafa Edileusa dos Santos é a responsável pela direção de movimento e preparação corporal.

Ao trazer uma equipe formado por artistas pretos e pretas, Pele Negra, Máscaras Brancas torna-se um projeto politico-racial ao ampliar às narrativas da Cia de Teatro da UFBA. O espetáculo é uma conquista da segunda edição do Fórum Negro de Arte e Cultura – FNAC, em 2018, realizado pela Escola de Teatro e Pró-Reitoria de Extensão da UFBA.

Ficha técnica
Direção: Onisajé (Fernanda Júlia)
Texto: Aldri Anunciação
Elenco: Iago Gonçalves, Igor Nascimento, Juliette Nascimento, Manu Moraes, Matheus Cardoso, Matheuzza, Rafaella Tuxá, Thallia Figueiredo, Victor Edvani, Wellington Lima
Co-direção: Licko Turle
Assistência de direção: Fabíola Nansurê
Orientação de pesquisa: Alexandra Dumas e Licko Turle
Colaboração em Pesquisa: Cássia Maciel, Edson César e Lucas Silva
Estudantes-pesquisadores: Camila Loyasican, Juliana Bispo, Juliana Luz, Juliana Roriz
Trilha sonora: Luciano Salvador Bahia
Preparação Vocal: Joana Boccanera
Operação de som e vídeo: Fabíola Nansurê
Coreografia e Preparação corporal: Edileusa Santos
Cenografia, Figurino e Maquiagem: Thiago Romero e Tina Melo
Desenho de luz: Nando Zâmbia
Produção: DA GENTE Produções
Direção de produção: Luiz Antônio Sena Jr.
Produção executiva: Anderson Danttas e Bergson Nunes
Assessoria de Imprensa: Theatre Comunicação | Rafael Brito
Design Gráfico: Diego Moreno