Canções inéditas em dias de quarentena por Baco Exu do Blues

Canções inéditas em dias de quarentena por Baco Exu do Blues

Baco Exu do Blues decidiu não lançar seu terceiro álbum de estúdio, “Bacanal” neste período que o mundo enfrenta o novo Coronavírus. Mas, como não consegue ficar parado, o cantor recrutou o engenheiro de som Dactes, montou um estúdio em casa e fez em apenas três dias um novo projeto que ele prefere chamar de EP.

“Não tem bacanal na quarentena” chega hoje no Youtube e amanhã aos aplicativos de música através da 999 e Altafonte, com nove faixas sociológicas, políticas, cheias de ódio, tesão e arranjos autênticos, bem ao estilo Baco Exu do Blues.

Na capa, criada por Guil – em referência a “Ready to die” de The Notorious Big – um urso, grande e carinhoso aparece de máscara.

Com beats de JLZ, Nansy Silvvz, DKVPZ e participações de Lellê, 1LUM3, Aisha, Maya e Dactes, além dos rappers do selo de Baco, Celo Dut, Vírus e Young Piva, as canções servem como aquecimento do que está por vir.

“Preferi não lançar meu álbum do ano em meio à pandemia, mas senti uma vontade imensa de produzir algo e soltar logo. Acho que o público merece música neste momento tão triste, além do que eu tenho tido tanta coisa a dizer…”, justifica Baco.

“Não existe bacanal na quarentena” começa com a faixa “Jovem Preto Rico” – com Baco ostentando e ressaltando que o negro no topo é o grande perigo para a sociedade. Traz as angústias e desejos no isolamento em “Tudo vai dar certo”, “Preso em casa cheio de tesão” e “Ela é gostosa pra caralho”, uma promessa de grande hit.

“Dactes foi o cara que gravou minhas primeiras faixas e meus primeiros sucessos. Nansy fez os beats de Esú.
Acho que fazer este projeto com eles traz um axé a mais”, acredita, Baco. O cantor mantém sua proximidade com o sagrado (ou nem tão sagrado assim) em “Humanos não machucam deuses” e “Dedo no cu e gritaria”, canção que também serve de alerta à masculinidade tóxica.

Em “O sol mais quente” Baco reclama: “Coronavírus me lembra a escravidão/ Brancos de fora vindo e fodendo com tudo” e em ” Tropa do Babu” ele despeja toda revolta que ficou ao ver um negro ser vítima de muitos atos racistas no Big Brother Brasil. A faixa derradeira é sobre quarentena, política, internet e une depoimentos em diferentes sotaques. O título resume bem os pensamentos de Baco Exu do Blues hoje: “Amo Cardi B e Odeio Bozo”.

foto Wilmore Oliveira