O caminho percorrido pelo cantor e compositor Mateus Tranzilo, saindo do sertão baiano rumo ao litoral, é um dos elementos que influenciam a sua arte. Agora, a poesia dele ganha sonoridade com o lançamento da primeira música, “Arrumar Você”, que já está disponível em todas as plataformas digitais. LINK Spotify: https://open.spotify.com/track/7uDlVGl7IvnSsxPANdGfDg?si=egr93LxARdqiemU9WQsNCA&context=spotify%3Asearch%3Amateus%2Btranzilo
A canção é a primeira de uma série de outros lançamentos que o artista planeja fazer até o verão. A música traz elementos, na letra e na sonoridade, como o mar e o amor em abundância, de alguém que “chega para arrumar o outro”, define o cantor, como uma ideia oposta ao “deixa eu bagunçar você”, verso imortalizado por Liniker — de quem é fã — em “Zero”. “A ideia nela é exatamente falar sobre alguém que te ajuda a se organizar por dentro, ‘sem promessa meia boca, sem mentira nem pirraça’”, conta, dando um spoiler do que vem na letra.
Em “Arrumar Você”, além do mar e do amor influenciarem letra e melodia, os sons urbanos de Salvador, onde o cantor vive, e os elementos presentes na música baiana, inspiraram o arranjo da música autoral. Mas, como na biografia de Mateus, o sertão encontra o mar (ou vice-versa) e a sonoridade abre espaço também para uma influência da cultura do interior do estado, trazendo elementos característicos da música produzida Bahia adentro.
“Ela tem essa sonoridade que lembra Salvador, que lembra o mar. Eu nasci em Maracás, no sertão da Bahia, e vim para a capital. E, quando eu chego, chega também as possibilidades que eu vislumbro nessa música e nessa cidade. Tem uma sonoridade que lembra toada, para trazer um pouco dessa referência do interior baiano”, diz, sobre uma escolha estética que nasce do encontro de Tranzilo com Filipe Pires e Mateus Aragão, da PiratasF&M, que assinam a produção musical.
Dono da sua própria cartografia afetiva, o plano dele, ao escolher “Arrumar Você” como o primeiro lançamento, é promover um caminho contrário ao que fez ao sair de Maracás, no sertão baiano, e vir para Salvador, com uma canção que nasce no litoral e vislumbra caminhar por sertões e outros mares. “Eu começo com uma música que nasce no mar e que caminha rumo ao sertão. Esse tem sido o desafio agora: encontrar esse caminho de volta de uma forma que eu converse com esse ritmo com influências baianas que eu gosto tanto de consumir e, agora, de cantar”, reflete.
O amor é o terceiro elemento nessa tríade que conecta mar e sertão. “Eu acredito fielmente que amar é conhecer a si também. Não que seja a única forma de contar essa história, mas talvez a que mais tem me interessado nos últimos tempos”, finaliza o artista de 24 anos, que comprova ter a maturidade de quem sabe onde quer chegar.