Taxas de sucesso da Ovodoação chegam a 99,9% após 3 tentativas. Especialista conta qual o perfil da mulher que recorre à técnica. 

A maternidade tardia é cada vez mais uma realidade social. Quando decidem dar o passo, muitas mulheres se deparam com a impossibilidade de serem mães com seus próprios óvulos. Diante disso, cresce a procura por tratamentos com óvulos doados. Essa é uma opção cada vez menos tabu em nossa sociedade, mas, que ainda envolve muito desconhecimento, apesar de suas altas taxas de sucesso. “Quando em consulta se fala sobre a possibilidade de uma gestação por ovodoação, a primeira reação costuma ser de medo diante do desconhecido. Mas a cada dia recebemos mais mulheres e casais que já conhecem alguém que passou pelo processo e fala sobre ele com naturalidade. Isso ajuda muito a romper o estigma que ainda cerca a maternidade através da doação de óvulos. Prova disso é que, no IVI, mais de 30% das nossas pacientes conseguem realizar o sonho de serem mães por meio dessa técnica”, explica o Dr. José Landeras, diretor do IVI Murcia, que faz parte do Grupo IVI, ao qual faz parte o IVI Salvador.

As taxas de sucesso da ovodoação são muito elevadas devido à qualidade biológica dos óvulos doados, alcançando até 99,9% após três tentativas. Para casos mais complexos, muitas vezes, essa é a alternativa mais eficaz. A fertilidade feminina cai drasticamente após os 35 anos. Por isso, muitas pacientes chegam a esse tratamento após tentativas frustradas de engravidar, com média de idade em torno de 42 anos. O tratamento é indicado tanto para mulheres com baixa reserva ovariana, quanto para aquelas com condições que inviabilizam o uso de óvulos próprios. Além da idade, são candidatas mulheres com falência ovariana prematura ou menopausa precoce, histórico de cirurgias ovarianas, doenças hereditárias ou tratamentos prévios com rádio ou quimioterapia. Também é indicado em casos de insucesso repetido em ciclos de Fertilização in Vitro convencional.

Para selecionar a doadora, são avaliados critérios como compatibilidade genética, grupo sanguíneo e fator RH, além de características fenotípicas: cor dos olhos, pele e semelhança facial. “Muitas pacientes têm curiosidade sobre detalhes que vão além da segurança clínica do processo. No entanto, a doação de óvulos é 100% anônima, conforme determina a lei. O que informamos é o grupo sanguíneo e a idade da doadora, dados necessários para o acompanhamento da gestação e que são fornecidos quando a paciente engravida”, acrescenta o Dr. Landeras.

O procedimento varia conforme o perfil da paciente. No caso de casais heterossexuais, realiza-se a Fertilização in Vitro com óvulos da doadora e sêmen do parceiro (ou também de doador, conforme a necessidade). Já para mulheres que decidem ser mães solo ou casais homoafetivos femininos, utiliza-se sêmen de doador. Após a escolha da doadora, a paciente segue a medicação prescrita por cerca de 10 dias (ou menos, em ciclos naturais) para preparar o útero e aumentar as chances de implantação do embrião. Em seguida, é realizada a transferência do melhor embrião por meio de uma cânula, em um procedimento indolor e sem necessidade de anestesia. Depois de alguns minutos de repouso, a paciente pode retomar sua rotina normal. Onze dias após a transferência, é feito o teste de gravidez em sangue. Se positivo, o passo seguinte é a ultrassonografia de controle.

O poder da epigenética, fundamental para o vínculo mãe-bebê 

A ciência já demonstrou que parte da epigenética é herdada dos progenitores, mas também que fatores ambientais durante a vida e, principalmente, durante a gestação, modulam a expressão genética. Há uma comunicação entre o útero materno (endométrio) e o embrião, capaz de influenciar como a informação genética é expressa. Isso significa que o ambiente uterino oferecido pela gestante, ainda que o óvulo seja de uma doadora, desempenha papel essencial, impactando características físicas e de saúde do bebê. Atualmente, tecnologias como o Perfect Match 360º ajudam a identificar a doadora mais adequada para cada mulher, o que contribui para que mais pacientes estejam abertas a optar pela ovodoação”, conclui o especialista.

Sobre o IVI – RMANJ

IVI nasceu em 1990 como a primeira instituição médica na Espanha especializada inteiramente em reprodução humana. Atualmente são em torno de 190 clínicas em 15 países e 7 centros de pesquisa em todo o mundo, sendo líder em Medicina Reprodutiva e o maior grupo de reprodução humana do mundo.