O projeto, que reúne 20 artistas locais, acontecerá em diversos bares e restaurantes do Centro de Salvador, no dia 13 de setembro, das 16h às 21h. Visitação gratuita.
O Circuito de Arte em Boteco (CAB) realiza a sua terceira edição no dia 13 de setembro (sábado), das 16h às 21h, em diversos bares do Centro de Salvador. O projeto, que nasceu da constatação de que a capital baiana tem poucos espaços expositivos para difundir trabalhos de artistas soteropolitanos, vem ressignificando os espaços de socialização da cidade ao transformá-los em vitrines para a arte contemporânea.
A ideia é ocupar mesas de bar e convertê-las em um grande ateliê aberto, onde o público tem acesso direto às obras e, sobretudo, às ideias que permeiam sua criação. No lugar da formalidade das galerias e museus, o encontro acontece num espaço democrático, horizontal e acessível. “Mais do que uma exposição, o CAB é um momento de troca: o público conversa com os artistas sem barreiras, e os artistas, por sua vez, têm a oportunidade de apresentar seus processos e fortalecer seu discurso a partir desse diálogo diverso”, afirma Milena Ferreira, artista idealizadora do projeto junto com o artista Busca.
Seleção e artistas participantes
A cada edição, uma banca formada por um artista do CAB anterior, um pesquisador da área e um gestor de espaço independente é responsável pela seleção dos participantes. O resultado é um recorte plural, que contempla diferentes visões sobre a produção artística contemporânea.
Este ano, foram selecionados 20 artistas, são eles: Adu Santos, Alison Souza, Amorim Japa (Gabriel Amorim), Buzuá, Carla dos Santos, Mauro Lúcio, David Sol, Iansã Negrão, Jéssica Lemos, Kleyson Otun Elebogi, Lucimélia Romão, Matheus Freitas, RADIxCAOS, Rafael Ramos, Tayla Silla, Thiago Nevs, Tiê Francisco Maria, Vitor Alves, Washington da Selva e Zulmi Nascimento.
As linguagens presentes são múltiplas e transitam entre performance, fotografia, pintura, gravura, instalação e experimentações híbridas. O CAB não define tema nem interfere na escolha das obras apresentadas: cada artista é responsável por decidir o que expor, reforçando a autonomia criativa como eixo central do projeto.
Espaços de encontro
Nesta edição, o público poderá acompanhar os trabalhos em bares e restaurantes emblemáticos e tradicionais do centro de Salvador, como: Mocambinho, Bar 100 Nome, Líder Bar e Restaurante, Flor do Largo, Point da Codorna, Bar do Nó, Bar São Vicente, Bar do Danilo e Oxente Menina.
Arte em diálogo com a cidade
O Circuito de Arte em Boteco é ainda um espaço de troca. Ao longo de quatro horas, artistas apresentam e discutem suas obras com um público e, nesse processo, fortalecem sua capacidade de comunicação, ao mesmo tempo em que aproximam a arte contemporânea da vida cotidiana. O CAB reafirma, a cada edição, sua vocação em ampliar as possibilidades de fruição da arte em Salvador e em propor novas formas de encontro e reconhecimento da produção artística local.
O projeto Circuito de Arte em Boteco III foi contemplado pelo edital Territórios Criativos – Ano II, com recursos da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), Ministério da Cultura, Governo Federal.
Sobre o CAB: O Circuito de Arte nasceu em 2024, no bairro Dois de Julho, em Salvador, criado pelos artistas visuais soteropolitanos Milena Ferreira e Busca, para discutir a falta de espaço e iniciativa público/privada na atual cena artística visual da cidade. Cria dentro do campo das artes visuais uma experiência tanto inclusiva quanto acessível, levando-a para o contexto cotidiano dos bares, buscando acessos e relações menos engessadas e entendendo que a Arte é maior que o local onde está exposta. Cada edição do circuito acontece, durante um dia, no Dois de Julho, bairro central e histórico de Salvador. 10 bares são transformados em espaços expositivos/ateliê e cada artista tem uma mesa para apresentar seu trabalho, evidenciando a diversidade e a pluralidade da produção artística baiana.
Sobre Milena Ferreira: Milena Ferreira investiga a estética da ruína como lugar de memória e pertencimento no cenário urbano. Reside e trabalha em Salvador, onde desenvolve uma produção artística com base nas suas vivências citadinas arruinadas em meio ao centro antigo. Sobre seu trabalho, o gravador e professor Evandro Sybine escreveu: “Na pesquisa da artista gravadora Milena Ferreira, percebo esse rumo, no labor do ambiente gráfico, sua atenção aos questionamentos que surgem com a dinâmica do estúdio, sempre respeitando o espaço na prática e alcance de um método, uma forma de construção original e surpreendente em cada etapa. As suas “pequenas“ reflexões sobre o material transformam a produção no máximo da sua exigência, na modelagem do seu conceito, algo que a gravadora busca com muita investigação e dedicação”.
Sobre Busca: Artista visual residente em Salvador – BA, graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia e atualmente doutorando no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da mesma instituição. Sua pesquisa se desenvolve a partir do uso de objetos tidos como “comuns” ou “pouco usuais em arte”, associados a palavras, frases e expressões, em operações que instauram espaços de ficção, quebra da lógica e da farsa. Atua como artista, produtor e orientador de projetos. É co-criador do Circuito de Arte em Boteco (CAB).
SERVIÇO:
Circuito de Arte em Boteco III
Data: 13/09 – sábado, das 16hs às 21hs
Mais informações no instagram: @cabsalvador
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