
No dia 7 de agosto, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Feira de Santana, foi palco de uma celebração especial: a 17ª edição do Panorama da Fotografia.
O evento reuniu artistas, curadores, músicos e amantes da arte em uma atmosfera marcada pela sensibilidade, diversidade e potência criativa.
Pela primeira vez, o artista Dex Almeida assumiu a curadoria de uma exposição fotográfica. Ao lado de Ana Reis, Ananda Nunes e Hortência Santana, Dex participou de todo o processo — da idealização à montagem — e definiu a experiência como transformadora. “Estar cercado de arte me inspira e dá sentido ao que faço”, afirmou.

Nesta edição, além da curadoria, Dex também apresentou uma obra autoral que integra seu novo projeto, “Fototerapia”— uma produção que celebra as avós benzedeiras e a força ancestral que guia as novas gerações. A obra homenageia sua amiga Rosa Batista (@rosabatistaterapias) e nasceu após três sessões intensas de Fototerapia.

Segundo Dex, o ensaio mergulha na conexão ancestral e revela Rosa em sua verdadeira essência: uma curandeira. Através da fotografia como ferramenta de autoconhecimento, Rosa pôde reconhecer suas raízes, seu saber, e a presença viva de suas avós, mesmo após sua partida. “Elas seguem presentes nos gestos, nas palavras e nas curas. A Fototerapia é esse portal de cura, autenticidade e reencontro com quem somos. Nos curamos, para curar”, explicou o artista.

A iniciativa teve como uma das principais articuladoras Georgia Pitombo, diretora do MAC, reconhecida por seu trabalho de resistência e valorização da cultura local. Segundo os organizadores, o museu se mantém como um importante espaço de incentivo à produção artística e ao lazer na cidade.

O Panorama da Fotografia, idealizado por Ângelo Pinto, chega à sua 17ª edição com o propósito de valorizar o olhar fotográfico como ferramenta de expressão e transformação. A noite contou ainda com a presença especial do fotógrafo Rui Rezende, que lançou seu novo livro “Agricultura na Bahia”, uma homenagem visual a quem trabalha para alimentar o povo baiano.
A trilha sonora do evento ficou por conta da banda The Dozze, que animou o público com um som vibrante e envolvente.
A exposição apresentou obras que destacam paisagens, diversidade cultural e a força da estética preta, promovendo reflexões sobre identidade, pertencimento e espiritualidade. Para os curadores, a fotografia é uma linguagem capaz de curar, elevar a autoestima e conectar o ser humano com o autoconhecimento.
“Tudo isso foi pensado com muito amor para que a arte tocasse cada pessoa presente. A fotografia tem esse poder: de transformar”, concluiu Dex Almeida.