“O Grito Krajcberg” será exibido no Museu de Arte da Ba

“O Grito Krajcberg” será exibido no Museu de Arte da Ba

O eco dos gritos do artista e ativista Frans Krajcberg em prol da natureza e do meio ambiente. Dessa forma, a jornalista e pesquisadora Renata Rocha define a proposta principal do documentário “O Grito Krajcberg”, que terá exibição especial no Museu de Arte da Bahia, localizado no bairro Corredor da Vitória, dia 13/11 (terça-feira), às 18h30, com direito aos deliciosos e variados queijos da marca Laticínios Davaca que apoia o evento. Quem também abraçou a causa e patrocina o evento é a empresária Aurora Mendonça do Grupo LM.

Dirigido pela jornalista, o longa-metragem faz um relato da vida e obra do artista/ativista, remontando à sua trajetória voltada para a temática socioambiental. Narrado pela cantora Maria Bethânia, a obra traz experiências de vida e depoimentos que ilustram a trajetória de Krajcberg. Com duração de 71 minutos, o documentário é uma produção independente da jornalista, que mergulhou na história e nas visões do artista através de fotografias, depoimentos, testemunhos e registros de sua obra. Entre os nomes que testemunham sobre o artista no longa estão o ex-governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner; a ex-primeira dama do Estado, Fátima Mendonça; os artistas Emanoel Araujo, Chistiane Torloni, Victor Fasano, Justino Marinho, Anna Letycia, Carlos Vergara entre outros.
“Krajcberg costumava dizer que ao chegar ao Brasil Nasceu uma segunda vez. A mesma coisa aconteceu comigo quando o conheci. Nasci outra vez!” Diz Renata Rocha ao referir à sua primeira obra audiovisual.
O filme teve avan premir em abril de 2011 em Salvador, com a presença de artistas, críticos e autoridades. A pedido do público teve mais 03 exibições em salas de cinema e museus. Foi lançado em Nova Viçosa-Ba, Garanhões-PE, Porto Velho – Rodonia, João Pessoa – PB, em exposições de arte nos espaços do SESC de Baurú-SP, Sesc de Jundiaí-SP e Sesc de Piracicaba-SP. O filme foi licenciado e exibido no canal do SESC TV por 02 anos. A partir de novembro de 2018 o filme será lançado no Itaú Cultural e terá uma plataforma exclusiva na internet.
Para produção, o documentário contou com o patrocínio do estaleiro Mac Laren Oil, além do apoio da Biscoito Fino, Governo do Estado da Bahia, IRDEB, Suzano Papel e Celulose e Prefeitura Municipal de Nova Viçosa.
 
Texto crítico do cineasta José Francisco Serafim – coautor do roteiro do filme “O Grito Krajcberg”
“O documentário é um gênero propicio a revelar aspectos do real e a representá-los na tela de cinema através de escolhas e opções de mise en scène que visam ser, em última instância, as mais adequadas para servir ao propósito temático daquilo que se propôs representar. É nesse sentido que O grito Krajcberg buscou trabalhar nos interstícios que mostram o ser humano Frans Karjcberg tanto através de sua obra artística quanto de sua relação com o meio ambiente. Na verdade essas duas relações estão imbricadas uma na outra, já que a obra desse artista é constituída dos restos daquilo que a natureza dá a ele de forma generosa – troncos de árvores, pigmentos coloridos etc. Optou-se nesse filme em se trabalhar, sobretudo com o discurso do artista, é dele que ouvimos as diversas abordagens sobre questões que o inquietam e logo percebemos um homem engajado e preocupado com o total desrespeito que o próprio ser humano causa ao meio ambiente e à natureza. Esse discurso articulado, não só do ponto de vista artístico, mas, sobretudo político não deixa de ser um grito de alguém que sofreu as mais terríveis ignominias – nazismo, campo de concentração, exílio, tentativa de assassinato – mas que apesar de todos esses percalços consegue olhar para esse mesmo mundo com certa ternura e delicadeza, expressa em suas obras, que no filme ocupam um importante lugar.