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Indicado ao Prêmio Braskem de Teatro, espetáculo ‘Criança viada ou de como me disseram que eu era gay’ volta em cartaz um ano após estreia

Um ano após sua estreia e com uma indicação ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria Melhor Texto, o espetáculo Criança viada ou de como me disseram que eu era gay retorna aos palcos para sua quarta temporada. As apresentações acontecerão no Teatro SESI Rio Vermelho, entre os dias 16 e 31 de março, sempre aos sábados e domingos às 20h, com ingressos custando R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), já a venda no sympla.com.br/criancaviada.

“É uma alegria imensa voltar com a peça, comemorando um ano de seu nascimento”, comenta o ator do solo Vinicius Bustani, que também assina o texto indicado. “Todas as conquistas e aprendizados ao longo desse período devem ser celebradas”, continua.

Criança viada ou de como me disseram que eu era gay mostra Vinicius contando sua história e se valendo dela como ponto de partida para discutir a homofobia sofrida por pessoas LGBTQI+ desde a infância ou mesmo por pessoas que não são LGBTQI+, mas que não seguem um padrão definido de gênero e sexualidade. “Esse é um processo de cura meu e de quem assiste, é a transformação de uma história de violência e dor”, explica Vinicius.
A diretora Paula Lice, que também assina a dramaturgia do espetáculo defende que a peça é sobre liberdade. “É uma pessoa reelaborando sua trajetória de saída do armário e vendo como a homofobia está presente na sua vida”, diz. “É sobre como a gente é capaz de massacrar com ideologias muito rasas nossas crianças e como a gente pode ser nocivo”, diz. “É sobre o amor e o cuidado com o outro, é o desejo de que outras pessoas, principalmente crianças, não sejam alvo da violência homofóbica”, comenta Vinicius.
“A peça faz uma abordagem muito amorosa do tema, as pessoas se sentem mais convidadas do que ressentidas ou agredidas”, explica Paula. “Acredito que criamos um ambiente seguro para as pessoas enfrentarem suas fragilidades sem sentirem atacadas, não é fácil admitir que sustentamos uma estrutura social causadora de tanto sofrimento”, complementa o ator.
Vinicius também destaca a importância do espetáculo no momento pelo qual o país passa, de avanço no conservadorismo. “Estamos vivendo num período onde se questiona muito o que é verdade ou não, cada um usa suas opiniões como escudo ou arma e, nesse sentido, a peça propõe um encontro para tratar de assuntos cercados ainda de muita desinformação e preconceito”, reflete. “Nesse momento o tema da homossexualidade tem sido alvo de muito ódio, por isso cada vez mais se faz necessário tratar o assunto de maneira clara e direta”, completa.
Reconhecimento
O ano de 2018 rendeu ao espetáculo três temporadas em teatros de Salvador, além de uma série de apresentações na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Além disso, Criança viada ou de como me disseram que eu era gay foi homenageada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) como obra artística apoiando a comunidade LGBTQI+.
A peça também foi indicada ao Melhores do Ano da atriz transformista drag queen Valerie Ohara, que anualmente homenageia parceiros e personalidades da comunidade ou que a ajudem. Já no início do ano de 2019 veio a indicação de Vinicius Bustani na categoria Melhor Texto do Prêmio Braskem de Teatro, a maior premiação das artes cênicas da Bahia.
“É uma alegria imensa receber essas indicações porque é o reconhecimento não só da qualidade do espetáculo, mas também da sua importância no cenário LGBTQI+, entre os nossos”, comenta o ator. “Pra gente é muito bom saber que não só o público, mas instâncias de legitimação reconhecem o espetáculo. Eu espero que esse seja só um começo e que a gente possa rodar muito com a peça ainda”, complementa Paula.
Arte e educação
Outro ponto importante de Criança viada ou de como me disseram que eu era gay é a possibilidade de circulação do espetáculo em instituições de ensino, saindo do ambiente teatral para espaços de formação. Por ter um formato mais compacto, com cenário minimalista e “portátil”, a peça é mais facilmente transportada.
“Criamos um espetáculo simples em sua estrutura para que fosse possível levá-lo a espaços não convencionais ampliando o alcance de público”, explica Vinicius. Entre os desejos da dupla está a vontade de levar a discussão sobre a LGBTfobia nas diferentes fases da vida para os mais diversos espaços de educação como universidades, escolas e centros de pesquisa, por exemplo.
Para mais informações siga Criança viada ou de como me disseram que eu era gay no Instagram (@crianca_viada) e no Facebook (facebook.com/criancaviadaou).
Serviço:
Criança viada ou de como me disseram que eu era gay
Quando: 16, 17, 23, 24, 30 e 31 de março, às 20h
Onde: Teatro SESI Rio Vermelho
Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), a venda no
Classificação indicativa: 14 anos
Ficha Técnica:
Texto e atuação: Vinicius Bustani
Direção e dramaturgia: Paula Lice
Direção de arte: Lia Cunha e Tiago Ribeiro
Direção musical: Heitor Dantas
Desenho de luz: Larissa Lacerda
Produção: Tais Bichara
Assessoria de comunicação: Daniel Silveira